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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Esperanto


ESPERANTO é um idioma chamado de artificial, ou seja, não natural, criado por alguém. No caso desta língua, o seu criador foi o polonês Lázaro Luiz Zamenhof. O primeiro manual prático, com as 16 regras básicas, mais todos detalhes de aprendizado e pronúncias fora editado no ano de 1887.
Ao contrário do que algumas pessoas leigas pensam, o Esperanto não é uma língua morta, pois ela não é natural e de contra partida muita gente em todo o mundo ainda a pratica, a estuda e a divulga. Há muitos grupos de estudos em milhares de cidades no mundo inteiro. Próximo à Cambuí temos grupos de estudos e difusão em Pouso Alegre.
O principal pensamento por traz do Esperanto é apenas o melhor entendimento entre as pessoas de países e línguas naturais adversos. Seu lema é: “Para cada povo sua própria língua, para todos o Esperanto!”. Não é a intenção ficar no lugar de idioma nenhum, apenas ser uma segunda língua, sem que seja usada uma língua natural de um determinado país.

O inglês hoje é dado por algumas pessoas como o idioma universal, mas esbarra no xenofobismo de algumas outras. Portanto só um idioma neutro, como o Esperanto, pode suprir esta necessidade de entendimento.
O aprendizado é facílimo, pois Zamenhof utiliza radicais comuns nas línguas mais comuns e populares do mundo. Além de um sistema de prefixos e sufixos invariáveis, dando uma melhor concordância de palavras e fácil entendimento por quem estuda e pratica. É um idioma extremamente fonético, onde os sons das letras não varia. Todas as palavras com mais de uma sílaba são paroxítonas, assim facilitando a pronúncia.
O idioma Esperanto é expressivamente fonético, ou seja, a pronúncia é de suma importância para o entendimento em uma conversação. Para tanto é primordial que os sons das letras sejam devidamente destacados. Pensando nisso, Lázaro Luiz Zamenhof (polonês criador do idioma) criou um alfabeto particular, e sons característicos para cada letra, assim como 16 regras básicas.
A regra primeira e primordial é que cada letra tem seu som próprio e invariável. Por exemplo a letra “e”, que em nosso português pode ter som de “i”, de “é” e ainda de “ê”. Assim podemos usar a mesma letra para palavras como: “velho”, onde a tônica é a sílaba “ve”, com a vogal tendo som aberto. E também “mesmo”, onde a tônica é “me”, tendo desta vez a vogal som fechado e circunflexo. Nota-se uma variável entre os sons das letras, que podemos destacar ainda o caso da letra “o”, que em nosso idioma pode ser pronunciado como “ó”, “ô” e até como “u”, em algumas palavras. No Esperanto o “e” é sempre pronunciado com o som de “ê”, como na palavra “mesmo”, que usamos com o exemplo, e o “o” tem sempre o som de “ô”, como em “ôgro”. Isso é invariável. Se em uma conversa entre dois esperantistas um deles pronunciar o “e” com o som aberto, como a própria palavra “aberto”, o companheiro de conversa poderá não compreender devidamente a palavra em si.
Você deve estar pensando que isso é muito difícil de se aprender e se acostumar. Mas este pensamento é levado pelos vários vícios de linguagem que assimilamos com o decorrer do tempo, assim como as gírias, as manias de simplificar e cortar as palavras. Se formos seguir à risca as regras de nosso próprio idioma, veremos que no caso do Esperanto não haverá muita diferença. Mas criou-se um senso comum que “é bonito falar feio”. E falar errado tem levado muita gente a escrever errado.
A simplicidade nas regras deste idioma leva a um aprendizado mais rápido e seu implemento mas imediato. As línguas naturais são cheias de variantes e possibilidades que para um estrangeiro seu aprendizado leva tempo e dificuldade. Veja quando um americano ou alemão troca a concordância entre as palavras, como: “Ele é uma menino bonita!” Não sabemos se estar-se falando de um menino ou uma menina. Isso é devido às variáveis do idioma. Para um estrangeiro a expressão que usamos constantemente “muito pouco” é extremamente confusa. Pois como algo pode ser muito e pouco ao mesmo tempo?
O Esperanto não permite essas variáveis. O artigo “la” é usado para ambos os sexos. O que determina o gênero são sufixos criados para este fim. No caso do feminino é usado no final da palavra o sufixo “ino”, como no exemplo: “patro” (pai) e “patrino” (mãe). Note que a palavra Patro já tem uma conotação bem semelhante a Pai. Outro exemplo? Pois bem, “bovo” (boi), e “bovino” (vaca). Portanto com o artigo fica: La Patro, La Patrino. La Bovo, La Bovino. Se compararmos com nosso Português, notaremos que tudo muda, surgem novas palavras, mudam-se os artigos, assim dificultando o entendimento no aprendizado e entendimento. Veja o exemplo: O Pai, A Mãe. O boi, A Vaca. São mais palavras a se aprender. Agora compare com os exemplos acima em esperanto.
É bom destacar que todas as palavras em esperanto são paroxítonas, ou seja, a segunda sílaba da direita para esquerda é a tônica. Assim Patro, lê-se pá-trô, tendo a sílaba forte “pa”. Patrino, lê-se pá-tri-nô, neste caso, o “tri” é a sílaba forte na pronúncia.
O plural é composto colocando-se um “j” no final da palavra com um som breve de “i”, não influenciando na pronúncia paroxítona da palavra. Note: Bovo, lê-se bô-vô, sendo “bô” a sílaba tônica. No plural fica “Bovoj”, pronúncia “Bô-vôi”, continuando a sílaba “bô” a forte. Já o artigo não varia nem no gênero masculino ou feminino quanto no plural, La Patro, La Patrino, La Patroj, La Patrinoj. Perceba que quase não há variações, mudanças, novas palavras que dificultem o entendimento do aprendiz e estudante.

SAUDAÇÕES

Seguindo em frente com nossa coluna sobre o idioma Esperanto, vamos comentar hoje sobre as saudações que utilizamos no dia a dia.
De início é bom deixar claro o porque das palavras serem seguidas de um “N”. Como vimos nas edições anteriores, o “N” implica em um objeto que sofre a ação de um agente anterior. Se dizemos: Bonan Tagon! (Bom Dia!), na realidade esta é uma frase elíptica, pois subentendem uma frase anterior, que seria: Mi deziras al vi bonan tagon! (Desejo-lhe um bom dia!). Em outras palavras, o que lhe desejo é um bom dia, por isso que em Esperanto usa-se o “N” no final.
Outras saudações são:
- Bonan Matenon! (Bom Dia! – Usado bem cedo, pela manhã até umas 10 hs);
- Bonan Tagon! (Bom Dia e Boa Tarde! – Usado até a tardinha);
- Bonan Vesperon! (Boa Noite! – Quando você está chegando à noite);
- Bonan Nokton! (Boa Noite! – Quando você está indo dormir);
- Dankon! (Obrigado!);
- Saluton! (Olá!);
- Gis Revido! (Até a vista!, Até breve!);

As formas de tratamento, títulos e nomes de gentileza em Esperanto podem ser usados da seguinte maneira:
- Sinjoro (Senhor), tendo sua abreviatura como “S-ro”;
- Sinjorino (Senhora), sua abreviatura é “S-ino”;
- Fraýlino (Senhorita), abreviando para “F-ino”;
- Doktoro (Doutor), abreviatura é “D-ro”;
- Doktorino (Doutora), abrevia-se “D-ino”;
- Professoro (Professor Universitário), abreviatura: “Prof.”;
- Professorino (Professora Universitária), a abreviatura é a mesma de Professoro, “Prof.”;
- Sankta (Santo ou Santa), abreviado para “S-kta”. Lembre-se de que “Sankta” é adjetivo, portanto não precisa de desinência do feminino.
- Samideano (Tratamento entre esperantistas. Quer dizer “Coidealista”), abreviatura: “S-ano”;
- Samideanino Forma no feminino para o tratamento acima), abreviando para: “Sino”.

Sendo assim podemos criar saudações no nosso dia a dia, tais como:
- Bonan Dion, sinjorino!
- Saluton, Doktoro!

Os exemplos podem ser vários. Mas é bom relembrar a pronúncia de cada letra com seu som típico e imutável. Além de que todas as palavras são paroxítonas, assim “Doktoro”, lê-se “Dôktôrô”, tendo a segunda sílaba da direita para esquerda como a tônica. E “Sinjorino”, não se deve dar som nasalizado na sílaba “Sin”, lê-se “Si-n”, com predominância do “n”. O “j” tem som de “rr” em nosso idioma. Sendo assim a pronúncia certa é: “Si-nrrôrínô”, tendo a sílaba “ri” como a mais forte na fala.
Para quem não tem as lições anteriores, me procure no e-mail : charlie.sxcx@ig.com.br.
Outro dia passou num programa da LBV um de seus delegados, um japonês, conversando em Esperanto com um brasileiro. Infelizmente não pude ver quem era o brasileiro, pois peguei no final da conversa. Mas este exemplo serve para mostrar a maleabilidade da língua em diversos países e culturas. Além de mostrar que realmente não está morta, que muita gente a utiliza como meio de comunicação universal, pois o mediador traduzia do português para o Esperanto, e de volta, do Esperanto para o português, mostrando que se o brasileiro tivesse conhecimento do idioma universal não haveria necessidade do tradutor. Tendo sons definidos e imutáveis para suas letras, o Esperanto consegue driblar os vícios de linguagem, os sotaques e peculiaridades de cada idioma, pois o japonês conversava com total naturalidade com o mediador brasileiro e a pronúncia do Esperanto de ambos era idêntica.

Submundo Muito Sujo!

A violência que estamos acompanhando nos jornais e telejornais, revistas e rodas de conversa é algo que cresce com a impunidade reinante na justiça brasileira.
Sou contra a pena de morte, mas sou à favor de penas mais severas em casos extremos, como o da criança arrastada no Rio de Janeiro, sem mencionar demais casos anteriores e posteriores.
Acho um absurdo pessoas honestas e trabalhadoras terem que bancar, com impostos, as vidas em presídios e delegacias de marginais que arrasaram com suas vidas. Há muito trabalho no Brasil que deveria ser realizado por estas pessoas que de alguma forma violaram os direitos humanos de pessoas íntegras e que dedicam seu tempo a trabalhar e sobreviver de maneira digna. Veja o caso das estradas completamente destruídas, esburacadas, deveria ser aproveitada a mão de obra ociosa em presídios. Mas sem redução de pena, sem benefícios.
Quando paramos para pensar e notamos que o motivo principal para tanta violência, terror, crimes e inocentes pagando simplesmente por estarem no lugar errado e na hora errada é o tráfico e consumo de drogas, é que vemos que somos uma espécie que cria mecanismos cada vez piores para sua autodestruição. Está tudo ligado. O consumo abastece este terror, paga a gasolina que é jogada em um ônibus cheio de trabalhadores voltando de mais um dia de trabalho.
É como consumir um refrigerante comum. A compra contínua deste refrigerante vai nutrir a vida dos proprietários das fábricas. No caso das drogas, o consumo nutri a vida dos donos das “fábricas”.
Penso que se você produz o que consome, não há problemas que possam ser estendidos para outras pessoas de maneira tão destrutiva e malévola. Mas o que vem de bocas, do tráfico, abastece vidas de terror, crimes hediondos. A violência amedronta, espanta e cala. Sei que este meu texto põe medo em muita gente. Pensamos em represálias. Mas devemos nos calar e vermos nossos filhos morrer, sucumbirem neste mundo de falso poder absoluto? Podemos não ter filhos hoje, mas e amanhã? Temos sobrinhos, irmãos, vizinhos, amigos, etc.
Para muitos traficantes e demais marginais estarem presos é mais seguro estarem em um presídio, de onde controlam seus “negócios”, suas “fábricas”, sem correrem o risco de levarem uma bala na cara em uma busca da polícia. A entrada de celulares, advogados corruptos, parentes coniventes, armas, serras, etc. é algo que ocorre nos bigodes de carcerários, diretores e demais responsáveis pela “segurança” nos presídios e delegacias.
Estou falando alguma novidade aqui?
Mas pense duas vezes, reflita quando pensar em comprar um baseado numa boca de fumo. Pense para onde vai seu dinheiro. Se a desculpa for a falta de emprego, pense nas várias pessoas que não têm nem os braços e que trabalham de forma honesta.

Pirataria. Tecnologia Permitida?

Pirataria. Fala-se tanto deste assunto que resolvi escrever algo nesta coluna. Na realidade fala-se muito e atitude para que isso acabe na realidade é pouquíssima.
Tenho uma certa preocupação no assunto porque tenho banda, e ainda curto gravar e lançar CDs e até LPs.
Acredito em algumas formas para que a pirataria seja ao menos diminuída. E acredito também que se os grandes empresários quisessem que isso não houvesse, com certeza não haveria.
Para diminuir vejo que uma solução seria no que diz respeito à venda dos gravadores de CD e DVD. Se fossem vendidos apenas para empresas e com comprovação de CNPJ e da necessidade para o uso de tal aparelho, não haveriam as cópias que todo mundo faz em casa, inclusive eu. O aparelho teria um limite de cópias a serem feitas, depois deste número o aparelho ficaria inútil. Algo como uma auto- destruição. Com isso teria-se um controle de onde determinado aparelho de gravação estava sendo usado.
O lado negativo desta hipótese? A fabricação seria em menor escala. Os custos seriam mais elevados. Mas, por outro lado fábricas de CDs e DVDs, assim como os artistas e demais envolvidos direta e indiretamente seriam favorecidos.
Os impostos embutidos em cada CD e DVD são muitos. Vale salientar os lucros de quem lança, de quem distribui, de que revende e de quem vende para o consumidor final. Tome imposto e lucro, com isso o preço final chega às alturas. Como chegamos a parar até R$30,00 ou mais em um CD que sai da fábrica por menos que R$4,00?
E uma maneira para que todos estes caminhos de lucros e impostos fosse transformado em um atalho bem mais econômico vejo que seria as fábricas de CDs e DVDs também serem gravadoras e distribuidoras. Assim a Sonopress Rimo, por exemplo, teria uma subsidiária “Sonopress Records”, que lançaria os CDs e DVDs que sua própria Sonopress Rimo prensou. E uma “Sonopress Atacado” mandaria direto para as lojas, assim evitando os atacadista.
Isso não é difícil e nem impossível. Muitas fábricas de produtos de higiene pessoal e alimentos já fazem este tipo de esquema com seus clientes. Como a Gessy Lever que fabrica e manda direto para supermercados e demais clientes, assim evitando as empresas atacadistas e com isso o preço final sendo menor para o cliente final, que somos nós.
Mas, pare para pensar... será que se os grandes empresários quisessem eles não já teriam criado mecanismos para que a pirataria não existisse? Toda tecnologia para a produção de CDs e DVDs no mundo é de patente da Sony. Então como que a Sony permite que toda esta pirataria ocorra bem embaixo dos seus narizes? Ou será que realmente acreditam que as buscas e apreensões das polícias pode ao menos coibir todo este comércio?
Será que tudo isso não é permitido para que em breve uma nova tecnologia seja a nós apresentada? Como ocorreu com o vinil? Hoje quase não se produz mais discos de vinil no mundo inteiro. Por outro lado temos o MP3, os iPod, os sites, as cópias desenfreadas de tudo que é material sonoro e visual.
Será que os grandes empresários não estão deixando que esta tecnologia dos CDs e DVDs fique obsoleta, promíscua, vulgar, fácil para que algo novo e controlável seja lançado? Há de se pensar.
Fico pensando como pode tudo ser tão fácil, permitido e acessível hoje em dia. Se uma banda grava um material, joga na Net e todo mundo que quiser ouve e grava lá. Penso também nas lojas de CDs, nas fábricas, em todo o complexo que envolve a industria da música num contexto geral. Seja no mainstream ou no mais extremo underground. Pirataria, MP3, iPods e todas esta tecnologia não pode levar a um fim de toda esta magia que envolve o universo da música?
Como é bom passar uma tarde na casa de um amigo vasculhando sua coleção de discos, seja vinil ou CD! E que graça tem ficar na frente do computador olhando para aquela tela com os nomes das músicas e apenas ouvi-las nas caixinhas ou um fone de ouvido. Realmente o MP3 e os iPods não têm graça nenhuma. Os CDs piratas são feios e mal acabados.
O bom é ler as letras, ver as fotos, a arte do encarte. Colecionar as capas de determinado artista, como um dos meus preferidos, Dan Seagrave. E o que seria das capas de Derek Wigs nos LPs do Iron Maiden se o mundo fosse só um iPod gigante?

Os Maiores Sim! Sempre e para Sempre!


Acho que não conheço banda para sofrido tanto com a crítica como a banda KISS. Desde seu início sendo acusada de clichê, sem criatividade, ofensiva, barulhenta, brega, e por aí vai.
Ser crítico é muito fácil. Sentado, sem criar nada, sem gerar nada, apenas escrevendo, tudo é muito mais cômodo.
Já li e vi em vídeo várias vezes os membros fundadores da banda assumirem que nunca tiveram a menor intenção de serem inovadores, de criarem algum estilo novo. Sempre assumiram influências nas maquiagens de nomes da época de seu surgimento como “New York Dools”, “Alice Cooper” e “Gary Glitter”. Nunca esconderam isso. Não foi nenhum crítico de plantão que fuçou isso em algum lugar e jogou na mídia.
Quem diz que o KISS é brega e curte New York Dools e Alice Cooper, não sabe o que diz e nem o que curte ou não curte.
A música do KISS não foi criada para ser inovadora. O próprio Gene Simmons declarou que a banda fazia um Rock And Roll, na linha Beatles mais estridente, mais pesado, com guitarras mais Heavy Metal.
Mas o que é inovador no mundo? Já diz um ditado que nada se cria, tudo se modifica.
E Gene Simmons e Paul Stanley souberam com maestria modificar o Rock da época.
Acho engraçado ouvir pessoas que se dizem entendidas de música menosprezarem o KISS. Como não foram nada no mundo do Rock, como já ouvi algumas pessoas afirmarem com tamanha veemência e total falta de conhecimento?
É irônico que uma banda que não representou nada no mundo da música tenha influenciado pessoas como Eddie Van Hallen, Dimmi Bag Danrel, Kurt Cobain, Kirk Hammet, Chuck Schuldiner, e a lista é extensa.
Para quem não sabe, o KISS foi a primeira banda a usar o nome da banda nos fundos do palco, acima da bateria. Foi a primeira banda a utilizar o sistema de transmissão via sinal, abrindo mão dos enormes cabos que ligavam os instrumentos aos amplificadores. Tudo o que se tem hoje de mega eventos, mega palcos, pirotecnia, iluminação exuberante, é tudo fruto da imaginação e concretização do KISS.

KISS é o maior arrecadador de discos de ouro nos Estados Unidos. O hino do Rock And Roll é “Rock ‘n Roll All Night”. KISS é a banda mais fotografada até hoje. O recorde de público em um show de um artista ainda é do show no Maracanã, em 1983. As performances de Gene são a fonte de todas as caras e trejeitos das banda de Black Metal. Por isso que sempre defendi que Gene é o pai do Black Metal. O próprio Quorton, do Bathory, era fã de KISS. Tem até o cara do Immortal que declarou uma vez que cuspia fogo mais alto que Gene... apenas mais um fã.
Hoje vemos os enormes palcos e a estrutura majestosa e perfeitamente linda dos shows do Pink Floyd, e poucas pessoas sabem que eles apenas estão copiando o que o KISS iniciou. Ou era comum em meados dos anos 80 colocar um tanque de guerra num palco como base para uma bateria gigante?
Gene Simmons foi comparado a gênios como Albert Eistein e Sigmound Freud. O cara é um gênio do marketing, do empresariado, da finanças. Pelo que me consta foi ele quem criou o chamamos de “Press-Release”, um histórico, um resumo de algo que pretendemos apresentar, vender, etc.
Não são inovadores, então...
Não são inovadores, mas antes deles ninguém fez tanto. E depois todo mundo copiou.
Veja os bonecos, canecas, e todo tipo de coisas com o nome das bandas que todo mundo lança e põe à venda. Os Beatles já faziam isso, mas quem popularizou?
A música do KISS é simples. Quem conhece o “Wicked Lester” sabe que o som daquela banda, que foi o embrião do KISS, era mais trampado, com elementos de percussão e toques mais progressivos até.
Dizer que simplicidade é sinônimo de ser ruim então o Ramones é horroroso. E não é verdade, o Ramones é muito bom.
Enfim fico sim revoltado com a falta de respeito com a maior banda do mundo na minha opinião. Vejo certos programelhos de TV, ditos de música, não darem o respaldo que a banda merece. Leio matérias ridículas de críticos de viseira que só vêem o KISS como uma banda financeira, esquecem sua importância para o mundo da música e que esta influência se espalhou para o mundo dos negócios, marketing, design, etc.
Bem, “We Want KISS!!!

É Tudo tão Simples!

Será que está tudo realmente acabado? Será que não há perspectivas de melhora para a humanidade como muitos falam? Ou será que as esperanças de sonhadores ainda podem se tornar realidade? Será que os dias que vivemos são tão negros assim?
Às vezes me vejo pensando nestas coisas. Tenho um jeito de viver e pensar que me leva a achar que as coisas são muito simples. A vida é muito simples. Nós é que complicamos, deixamos as coisas de maneira mais difícil de se viver. O que seria da vida se não tivéssemos os problemas para resolvê-los? Quem não tem problemas, dívidas, mal afetos, etc.?
Os humanos são os únicos seres que procuram meios para se preocupar, esquentarem a cabeça, se matarem em último caso. Acredito que se cada um viver em paz consigo mesmo, acaba que todo mundo viverá em paz em conjunto. Cada vez que alguém levanta uma bandeira e esbraveja nas ruas por Paz, é sinal que esta pessoa ainda não encontrou esta paz que tanto procura.
Veja os sites de relacionamento. Uma idéia feita pra unir as pessoas e que é aproveitado para disseminar o ódio, raiva, preconceito, burrice, pensamentos retrógrados, atrasados. Além das combinações de brigas, rachas, e estas coisas típicas de uma civilização ainda não evoluída, típicas de mentes primitivas.
A vida é muito simples. É como digo, nada como um dia após o outro e uma noite no meio pra dar uma gracinha. Assim é a vida.
Se levantarmos logo cedo, ou em alguns casos nem tanto, mas tivéssemos o pensamento de apenas viver o dia, aproveitar cada momento de maneira legal, alegre e amigável, chegaremos à noite com uma boa satisfação no peito, nos sentiremos bem e prontos pra vivermos a noite, sermos os reis do mundo noturno.
A vida pode ser uma festa curtida dia após dia. Os problemas? Bem, vamos resolvendo aos poucos, sem estresse, sem paranóia.
Sei que falando assim pareço um sonhador romântico em um mundo degradante e caótico. Mas ainda temos esperanças em nosso íntimo. Ainda é saudável alimentar sentimentos bons, boas amizades. Ainda é bom colecionar momentos alegres com os amigos. Ainda podemos ter amigos verdadeiros e companheiros de jornadas. Ainda podemos sorrir e ver as paisagens que restam no planeta. Ainda temos ONGs trabalhando por um mundo melhor, sem poluição, sem guerras. Ainda há pessoas que não precisam mais empunhar bandeiras e nem esbravejarem por Paz pelas ruas, pois já vivem em paz consigo mesmos, ao menos. Ainda há coisas certas e boas acontecendo ao nosso redor. Ainda há confiança entre uns com outros. Ainda vale a pena sermos crianças de 35, 40 anos. Ainda podemos andar nas ruas com uma camisa de nossa banda de Rock preferida que curtimos desde os 11, 12 anos. E se a camisa não for mais tão pretinha como era há uns 10 anos atras e mesmo assim você ainda a usa bem na boa? Algum problema? Alguém está te olhando feio? Te achando meio sujo ou relaxado? Nem esquenta, esta pessoa apenas gostaria de ser corajoso (a) como você.
Então, vamos em frente! Ame quem te ama! Você já ouviu um pessoal cantando que quer Rock And Roll toda noite e festa todo dia??? É isso...

Defendendo o Algós

Pensando no que escrever desta vez, me veio à mente uma conversa que tive com um amigo meu, ele comentava que outro amigo nosso em comum havia entrado para o Exército e que parecia que estava meio que arrependido do feito. O cara estava magro, com o olhar vazio e sem ação.
Eu mesmo havia estado com este amigo, atual soldado raso, e brinquei com ele sobre a ida dele para o Exército, ele respondeu que estava indo defender o Brasil, a Pátria, a Nação! Mas defender do quê? De qual guerra? Se nem as guerras civis que enfrentamos diariamente o Exército Brasileiro pode intervir! Ele me respondeu que eu estava errado, estava enganado. Não sabia o que estava falando!
Tudo bem! Reconheço que não sou o dono da verdade. Tenho muito e sempre o que aprender. Mas me responda o que é a Pátria? O que é a Nação? O que defendemos? Os interesses são realmente nossos? Mandamos mesmo no chão em que pisamos?
Isso tudo eu vejo como uma idéia que temos. Algo subjetivo. Todo mundo é patriota durante a Copa do Mundo de Futebol, ou durante as Olimpíadas, devido ao esporte. Mas o esporte é usado pra calar, pra alienar, pra dispersar as idéias subversivas e pensantes. Concordo que é um lazer, um momento de desopilar. Eu também torço por um time de futebol, também fico sentado na sala assistindo a um jogo de futebol de vez em quando. E gosto disso. Mas não me deixo levar pela doença que domina as mentes de muita gente.
Durante os jogos da Copa torço pra que a Seleção Brasileira de Futebol ganhe os jogos pra temos mais um motivo pra beber, ficar com os amigos. Lembro que na Copa de 2006 eu ficava num bar de um conhecido em minha cidade, e ficávamos conversando, bebendo e quando saiam os gol, alguém falava: “Alá! Foi gol!!! Deixa ver de quem foi!!!”
Isso me faz pensar que se tivermos a mente ocupada com outras coisas não vamos nos preocupar com patriotismos fúteis, pois quem faz o país não somos nós, povo, são os governantes, e estes só nos jogam regras, leis, deveres, filas, impostos, etc. Por outro lado aumentam os próprios salários quando acham que é justo e conveniente. E não me venha dizer que estou errado. Basta parar pra pensar e verás que estou certo sim. Nós povo, não escolhemos nada, não opinamos nada! A pátria é apenas algum produto para consumo em eventos esporádicos. Quem me garante que os resultados das eleições são verdadeiros? Quem me garante que não tem manipulação? Recentemente descobriu-se que rolou manipulação até nas apurações dos desfiles das Escolas de Samba no Rio de Janeiro! E outra coisa que me deixa intrigado é a facilidade nas apurações! Poucas urnas dão problema. Sei não; viu?!
E o Exército Brasileiro? Defende o quê? Quando? É um exército preventivo, não de combate. Nem armamento direito tem! Vai defende a pátria com armamento inferior ao armamento dos traficantes do Rio de Janeiro e São Paulo? É piada; né?
Eu sou o tipo de pessoa que não defendo nada, apenas sobrevivo neste lugar onde nasci, seja país, cidade, ou o que for. Se um dia for para outro país vou procurar sobreviver do mesmo jeito, mas sem me firmar a bandeiras.
Acho engraçado algumas bandas que usam bandeiras do Brasil em suas fotos e materiais afins. O engraçado que são tão patriotas, mas têm os nomes das bandas em inglês, usam termos em inglês para designar funções dos membros na banda (bass, guitar, drums, keyboards, etc.), cantam em inglês e visam turnês na Europa, EUA. Sem contar que as referências e influências são quase num total de bandas gringas (alemãs, inglesas, americanas...), os instrumentos preferem os importados, pois dizem serem melhores que os nacionais, assim como o restante do equipamento. É, belo patriotismo! Por isso que prefiro não me prender a estas coisas que não me dizem nada.
O Brasil é realmente um país que conta com um território bonito, mas com muitos problemas. Quanto a defender Pátria e estas coisas acho que já é demais pra mim, pelo menos.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Depois de 83 nada mais foi igual


Poucas pessoas lembram como as coisas no Brasil eram até a vinda do KISS em 1983. Poucas grandes atrações haviam se apresentado em terras brasileiras até então, e as estruturas de certa forma precárias. Sem contar a repercussão.
As vindas de nomes como Paul MacCartney, Alice Cooper e Frank Sinatra passaram quase que desapercebidas se levarmos em conta a avalanche causada pela vinda dos mascarados de Nova York. Lembro que haviam propagandas da vinda da banda ao Brasil até naquelas placas laterais dos estádios Maracanã, Mineirão e Morumbi. Propagandas na TV, nos jornais, revistas de todos segmentos. I Love It Loud era tema de propaganda até de casas de frutas e legumes. I Still Love You rolava na boa em festinhas de colégio e quando chegava na parte mais pesada os casais se separavam e muita gente começava a imitar o Gene e cia.
Com a vinda do KISS ao Brasil iniciou-se esta era que todos estamos vivendo que é a fase do nosso país incluído nas rotas das grandes bandas mundiais. Acredito até que se não fosse a experiência de fazer algo tão montruoso talvez não tivesse ocorrido o Rock In Rio em 85 e demais festivais, como Hollywood Rock, Mosters Of Rock, Free Jazz Festival e agora Live ‘N’ Louder. Não é papo de fã abelhudo, não.
Tudo no Brasil mudou depois daquele ano. Lembro das camisetas com todo tipo de estampas tanto do KISS como de outras bandas e estilos. Tinha uma que era campeã de vendas junto com a da capa do Destroyer e o logotipo grande embaixo dos quatro, que era uma estampa de um leão pulando em nossa direção. Quase todo mundo tinha esta estampa. O que vemos atualmente com Rebelde, no passado com Menudo, em 83 foi com o KISS. Com uma grande e significativa diferença: a música. O KISS trouxe ao Brasil a capacidade de fazer eventos gigantes. Os produtores responsáveis aprenderam muito com tudo aquilo. Foi um verdadeiro laboratório para todo mundo.
Diferente do que vemos hoje com os grupinhos infanto-juvenis de efeito efêmero e de conteúdo descartável, o KISS em 83 foi um divisor de águas, muitas bandas começaram suas carreiras ou as orientaram melhor depois de então. Muita gente que toca até hoje em grandes bandas no Brasil e fora dele são filhos desta fase, e me incluo. Até movimentos relativamente nada a ver, como o Punk tomaram notoriedade em programas de TV, que antes simplesmente ignorava todo este mundo e opções, simplesmente renegava. Surgiram os programas de rádio especializados em Rock, como os vários Comando Metal espalhados por várias cidades.
Com tudo isso ressalto a importância de tal acontecimento para o Brasil, não só no contexto de Rock ‘N” Roll, mas empresarial, marketing, comercial, musical, design, etc. Agradeço aos responsáveis na época pela iniciativa que, mesmo sem terem nem a menor noção, fizeram uma revolução no país, deixando até nos corações dos membros da banda a forte lembrança daqueles três shows.

Gene Simmons, o pai do Black Metal


Muita gente pode até achar que este é mais um papo de fã biruta que quer colocar seus ídolos em tudo quanto é lugar na música. Mas se formos buscar nos primórdios do estilo musical, e às vezes mais ideológico do que musical, do Black Metal veremos que não é preciso ir muito longe para notarmos certa coerência neste pensamento.
Acho que muitos negam a influência do linguarudo do KISS por causa da fase que a banda se meteu nos anos 1980, com muitas cores, o Paul Stanley rebolando, chupando o dedo maior da mão, músicas com “Uh! All Night!” e outras.
Mas, vejamos as fotos de Gene já nos idos anos de 1970, logo no início de carreira já apresentava o personagem que seria a base criativa para todas as aparências de medalhões do Black Metal. A maquiagem era uma prévia do que seria conhecido hoje como “Corpse Paint” nas bandas satânicas. As poses de Gene, se arreganhando todo, com os dedos das mãos se invergando, fazendo caretas ou rindo sarcasticamente. Sem falar na tradicional língua pra fora, as cusparadas de fogo, sangue.

Um dos maiores ícones do Black Metal admitiu total influência de KISS e mais ainda do senhor Simmons. Falo de Qüorton, o genial membro fundador do vangardista Bathory, um dos maiores nomes da música pesada em todo o mundo. Tanto que no tributo ao KISS “KISS My Ass vol. 2” Qüorton gravou “Deuce”, e de maneira séria. Bathory foi uma das bandas que mais influenciaram o surgimento e direcionamento do Black Metal.
Hoje vemos mais e mais bandas do estilo mais maldito da música pesada admitindo influências do KISS. E as comparações são inevitáveis.  As poses que estas bandas fazem em suas fotos promocionais são todas imitadas das tiradas por Gene nos anos 1970. As caras, o terror proposto na temática provém direta ou indiretamente do linguarudo.
Outro fator importante é a música “God Of Thunder”, que apesar de ser de autoria do incomparável Paul Stanley, retrata fielmente o personagem de seu companheiro. A imagem de demônio, dragão, morcego, ser das profundezas, etc. é a imagem que as bandas do estilo Black Metal empregam e se não têm conhecimento de nomes antecessores a Simmons, como “Arthur Brown” e “Coven”, a influência mais próxima seria Alice Cooper. Mas este não chega nem perto do clima que circunda o personagem do KISSeiro. Alice tinha o lance da cobra, dos olhos pintados, que algumas bandas “chupinharam” na cara dura, como o brasileiro “Sarcófago”, que pintavam os rostos com uma temática idêntica à da tia Alice, e nunca ouvi ninguém falar que parecia. Mas e se usassem algo similar à de Gene? A ligação seria imediata e a taxação de roubo, imitação, falta de imaginação seria inevitável.
Há algo mais Black Metal do que a foto de Gene na capa do “Alive II”? E a seqüência dele como Jesus Cristo com a coroa de espinhos feita de arame farpado (fajuto, mas quem colocaria uma coroa de arame farpado de verdade na cabeça?), e o sorriso sarcástico.
E o que dizer das cusparadas de fogo no palco? Alguém já havia feito isso antes? Se fazia não tenho conhecimento. E se fizeram antes com certeza não serviu de influência para as bandas Black, pois o próprio Abbath, do Immortal, assumiu em uma entrevista por volta de 1995 que cuspia fogo mais alto que Simmons. É o “filhinho” do dragão demoníaco. Outro que cospe fogo no palco é Nergal, do grande Behemoth. E já viu a semelhança das botas de Nergal com as que Gene usou por um tempo, com umas pontas de metal nas laterais?

Tudo bem, Gene Simmons pode até não ter inventado muita coisa, copiando de outras pessoas e personagens de quadrinhos, como ele mesmo assume, mas não devemos negar a sua influência criativa no estilo que aparentemente não tem nada a ver com o KISS. Por todo este peso de inspiração que defendo que ele é sim o pai de todo mal, de todo terror, pavor, o mentor de todas imagens sangrentas, de todas labaredas que infestam o meio da música pesada. Sua face é a face do medo no circo doente e caótico.

Seu sorriso é a afronta sarcástica e despojada, cínica e profana a todas as pessoas que insistem em tentar manipular mentes em troca de vida fácil. Sua língua lambe a bunda de todos falsos puritanos, falsos moralistas pedófilos e escrotos que lutam para que KISS signifique “Knights In Satan’s Service”. E quem dera significasse mesmo!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Fanzines (Merda, Crazy Invasion & La Kudrilo)

Durante algum tempo produzi alguns fanzines relacionados ao meio Underground. Iniciando com o "Revista Merda", passando pelo "Crazy Invasion" e finalizando com o "La Kudrilo". As páginas foram scaneadas aqui postadas como os originais, com a intenção de mostrar como eram feitos os zines antigamente antes do implemento da informática e dos programas de edição de imagem. Os slides foram montados e gentilmente enviados pela amiga Prika Lion (www.sujorecords.blogspot.com e banda Lama Negra e Noise Scare).

Merda nº1:


Merda nº2


Merda nº3


Crazy Invasion nº1


Crazy Invasion nº2

quinta-feira, 8 de julho de 2010

SANTA ILUSÃO, BATMAN!!!

Estava conversando outro dia com um conhecido, e ele é destas pessoas que vivem negando o “Holocausto”. Ele dizia que havia lido um livro lançado no Rio Grande do Sul em que negava-se todas as mortes das pessoas que ocorreram na Alemanha, Áustria, Polônia e demais países do eixo nazista, durante a segunda guerra mundial. Sempre fico indignado quando converso com estas pessoas, que ainda bem, são poucas com este tipo de pensamento. Acham que é tudo montagem, armação política pra desmoralizar a Alemanha. Ora, que ingenuidade! Perguntei ao conhecido quais os motivos para tais atos. Pra que desmoralizar a Alemanha? Os motivos pelos quais se iniciou a segunda guerra foram outros.
Negar os registros fotográficos, cinematográficos, os relatos de sobreviventes e descendentes dos mesmos é no mínimo falta de informação, falta de uma visão da realidade que envolve os anseios de quem detém o poder. Veja o exemplo de Nero que além de mandar incendiar Roma, ainda matou a própria mãe. Calígula nomeou seu cavalo senador.
O que me preocupa em pensamentos como das pessoas que tentam ignorar as atrocidades nazistas, é que estas pessoas são passíveis a pensamentos e atitudes que se não chegam a ter a proporção de um holocausto, mas se tornam conivência com atos xenófobos, homofóbicos, preconceituosos e violentos. Vemos exemplos em revistas, televisão, jornais, etc. de grupos que agem com total intolerância com diferenças entre as pessoas. lembra do moleque que perdeu o braço e outro que morreu jogados de um trem em movimento? Ora, será que eles não têm o direito de vestirem as camisas das bandas que gostam? Devemos mesmo viver sem poder demonstrar o que somos e o que gostamos, só, porque corremos o risco de não agradar a determinado grupo intolerante? Não posso mais andar com minha camiseta do KISS porque é uma banda norte americana e algum ignorante pode não gostar desta banda e vai me espancar?
Todos conhecem os skinheads; certo? Sabem que a simpatia deles para o pensamento nazista é a xenofobia, ou seja, a aversão a pessoas de outros estados e países. Os skins paulistas querem a expulsão de nordestinos de São Paulo. Como? Se foram nordestinos que levantaram a capital deste estado? Se foi o suor destas pessoas que fez de Sampa a potência que é hoje. Besteira! Estão errados. Tolos! Penso que se uma pessoa chega em minha cidade e se dá bem, é porque antes não havia quem ocupasse tão bem aquele oficio na sociedade local. O mesmo ocorreu com os nordestinos no inicio do século passado, eles vinham atras de empregos e serviços que os paulistas não queriam ou não eram em número suficiente. Agora querem que eles voltem pra seus estados, depois que estabeleceram laços em solo paulista. Quem são estas pessoas pra quererem algo assim? Não têm poder nenhum, além da truculência, grosseria, violência e estupidez.
Lembro de ver em uma revista de circulação nacional uns skinheads cearenses que defendia a não entrada de pessoas de outros estados no Ceará. Olha, se os skins paulistas são tapados, estes cearenses estão vivendo em outro planeta em suas mentes. O Ceará é um dos estados do Brasil onde mais se ganha com turismo. O que seria de suas praias sem a presença de turistas. O que seria de estados como o Ceará, Paraíba, Bahia, etc. se não fossem os milhares de Reais investidos ali por turistas? Que estupidez tremenda.
Falando de uma forma geral, posso mencionar o pensamento xenófobo em determinados países, onde se defende a expulsão e não entrada de estrangeiros. Vivemos em um planeta globalizado. Uma gripe em galinhas francesas e um monte de trabalhadores brasileiros são mandados embora de seus serviços em granjas e frigoríficos no Brasil. Os EUA entram em crise com o Irã por causa de uma ogivas nucleares no país oriental e a gasolina no Brasil sobe de preço. Uma banda brasileira pra ser reconhecida preciso fazer uma turnê em solo europeu. Muita gente prefere discos importados. Conheci um colecionados de material de bandas Hard Core, Crust e Punk do Japão.
E se nos fosse negado o conhecimento do que acontece em outros países? E se não pudermos mais assistir a um show especial realizado em outro país, como a gravação do KISS Alive IV – Symphony, na Austrália? E se bandas internacionais ficarem proibidas de se apresentarem em outros países assim acabando as turnês mundiais?
Vivemos em um mundo tecnológico. E qual a melhor tecnologia mundial? A japonesa. E quem não quer um produto japonês? Uma câmera digital, um computador, ou apenas a sua tecnologia.
Saibam, Hitler perdeu a grande oportunidade de sua vida. Pois hoje ele poderia ser um dos maiores lideres mundiais da história da humanidade, mas viajou na maionese, se achou o bom da boca, criou um monte de porcaria, matou meio mundo de inocente com as piores das justificativas e se tornou o inimigo número um da humanidade. Quem nega tudo isso, não vive neste planeta ou em plena consciência. Se os judeus dominavam o comércio da época era porque podiam, são um povo comerciante desde que se entende a humanidade moderna.
Defendo a liberdade que pudermos defender dentro de regimes governantes em que vivemos. Leis e regras são apenas para mim e você, os detentores de poder, as autoridades, e toda esta gente dança no congresso e urinam e nossas cabeças.
Defendo também que quem leu, me escreva, vamos conversar sobre estes e outros assuntos.

LUTA OU RECONHECIMENTO??

Esse é um assunto intrigante e que martela na rodas de bate-papo por todos os lugares em que vamos, que é o famigerado “Racismo”. Só que pretendo abordar uma visão um pouco diferente e que sempre me deixou pensativo e com os comentários de quem sempre está questionando os comportamentos humanos, justamente por ser humano.
Temos visto em programas de televisão e em revistas concursos da mais bela negra ou do mais belo negro. São concursos exclusivos a negros, ou seja, branco não participa, pode entrar pra assistir, fotografar e etc., mas concorrer nunca! Não seria esta uma maneira de segregação, de exclusão? Não seria uma confirmação de que nos concursos “normais” os negros não têm nenhuma chance? Porque não se candidatar e concorrer em concursos que elejam a pessoa mais bonita dentre todas as raças e cores? Afinal, somos todos uma humanidade só, somos todos designados, perante a biologia como homo sapiens!
Por outro lado, não posso deixar de esclarecer que acho todos estes concursos de beleza uma tremenda besteira, onde não se prova nada e só elege quem pagou a inscrição. E as tantas pessoas anônimas que conhecemos ou não que mexem com nossa libido? Tem tanta gente linda que não participa destes concursos e nem sobem nos palcos e passarelas destes concursos!
Já ouvi alguém me dizer que este tipo de atitude é o chamado “racismo de retorno”, que nada mais é que um troco dos negros para o racismo desprendido pelos brancos por toda a historia. Mas, espera aí, o que se fala tanto não é de igualdade, de que não há diferença de cor quando se fala em capacidade e reconhecimento? Como pode se querer igualdade se separando e evitando as pessoas que não são iguais a agente em algum detalhe que seja?
Falando em capacidade, me vem à memória esta onda de “vagas” nas universidades e concursos públicos. Todo mundo já viu este assunto nos jornais e revistas. Mais uma vez vejo estas vagas como uma comprovação da incapacidade destas pessoas que se dizem inferiorizadas pela sociedade. O problema é que quando se fala em sociedade se esquece de que quem fala também está inserido nesta mesma sociedade e por conseqüência compõe os valores que a geram.
Ora, pense comigo, se me sinto inferiorizado tenho mais é que provar minha capacidade, me desdobrar para conseguir me igualar aos que estão num nível acima que eu, não ficar gritando por benefícios que me favorecem e que me elevam ao nível em que os mais capacitados se encontram. Isso é só uma maneira de provar que se não for assim estas pessoas não alcançam lugares mais altos no convívio humano. Conheço tanta gente de cor que tem cargos elevados e que subiram por méritos, por merecerem estar onde estão e não por favorecimentos pela sua cor. Por outro lado vejo tanto branco parecer uma porta de tão burro e viver na mais repugnante situação em que uma pessoa pode viver, e que reflete claramente sua falta de qualquer intelecto, por menor que seja.
Designar vagas para negros, índios, etc., nada mais é que uma forma de demonstrar pena por estas pessoas, que, sem dúvida nenhuma, tem a mesma condição que os demais, a mesma capacidade para alcançar o que almejam, basta se interessarem, se dedicarem e mostrarem que podem.
Não sou de forma alguma racista, muito pelo contrário, sou conhecido por uma cara que luta e divulga o pensamento anti-racista, anti-nazi e estas escórias que poluem o convívio humano. Apenas acredito que só deve subir ao pódio aquele que realmente venceu e não o que foi colocado lá. O que adianta alguém entrar na faculdade por uma destas vagas e depois que estiver cursando não ter preparo suficiente para seguir o curso?
Voltando ao assunto dos concursos de beleza, das revistas exclusivas, dos sites e tudo mais referente apenas às pessoas de cor negra... já percebeu que quando aparece uma propaganda ao menos em que não tem pessoas negras logo alguém protesta que é discriminação, preconceito, racismo e etc.? Me pergunto porque que se pode haver revistas, programas, concursos só com pessoas negras e não é permitido o mesmo com pessoas brancas. Já pensou o “bá-fá-fá” que ia dar se fizessem um concurso de “O mais belo branco e a mais bela branca do Brasil”? Caraca! Ia ser tanto processo por racismo, segregação.....!!!!
Enfim, fico esperando pelo dia em que todas estas besteiras se findem, que não haja mais todas estas separações, que todos se vejam de igual pra igual, que todos concorram pela plena condição sem benefícios, que se prove o melhor, o mais bonito, ou o pior e mais feio, mas por merecer. Espero pelo dia em que haja o respeito pleno, que as pessoas evoluam na sua forma de pensar e percebam que todos precisamos de todos, que fazemos parte de um todo, de uma única e caótica sociedade, pois sem o respeito o caos e certo.

USURPAÇÃO DE CULTURAS

Quero levantar uma questão meio controversa e que nos acompanha no nosso dia a dia. Ou seja, a usurpação de nossa cultura, de nossa língua, nosso idioma e nossas culturas naturais. Falo da obrigação que temos em saber outros idiomas, como inglês, espanhol, etc. Por que isso? Será que as pessoas destes países, onde se fala estas línguas, se preocupam em falar e aprender português? Porque temos que saber falar inglês quando um americano vem ao Brasil e porque nós também temos que saber inglês quando viajamos para outros países?
Você sabia que quando se está na França, se você falar francês com sotaque de outros países, como um sotaque latino ou americanizado, tem até garçom que nem te atende, deixa você sozinho na mesa de um restaurante, café, etc.?
Em nosso comércio é cada vez mais comum nomes de lojas em inglês. Em muitos casos com regras completamente erradas, como no caso dos nomes com apóstrofo e esse. Tipo: “Sanduba”s”. Sendo um nome de lanchonete, leva-se a crer que a lanchonete é de propriedade de alguém chamado “Sanduba”, pois o “’s” é uma designação, em inglês, para posse. Como vemos em alguns filmes, na fachada de algum bar: “John’s Bar”, ou seja, “Bar do John”.
De qualquer forma, porque não colocar como em minha cidade que tem um “Bar do Mané”? Já pensou que ridículo e feio seria um tal de “Mané’s Bar”?
É notado uma cada vez maior assimilação de valores da cultura norte americana. Como os famigerados rodeios, cowboys, e toda esta cultura naturalmente americana e imposta por novelas, programas de TV de péssima qualidade, jabás nas rádios, etc. Quem não sabe que Latino, Kellie Key e esta febre inútil de Funk Fuleira do Rio de Janeiro, só fazem sucesso porque os empresários pagam para as rádios empurrarem ouvido à dentro estes lixos sonoros que estas mentes produzem?
Mas acho importante as pessoas não se prenderem como estão a coisas vindas de países como os EUA. Não sou nacionalista, nem acredito em ideais como nacionalismo, patriotismo, etc., mas temos nossa própria língua, nossos próprios valores, folclore, e tudo mais. Veja as festas de halloweenn... Isso é festa nos Estados Unidos. Veja se eles se preocupam em festejar São João, carnaval e estas coisas. O que vemos são brasileiros que vão pagar pau nos outros países, com a desculpa de estarem procurando melhores empregos e condições de vida, que ficam tentando levar a nossa cultura pra lá e o máximo que conseguem são atenção nos jornais daqui mesmo, ou matérias em alguns jornais de lá, como figuras exóticas que invadiram os lugares de lá e tiraram a normalidade do lugar.
Todos sabem de como os brasileiros estão sendo tratados nos Estados Unidos, como possíveis terroristas em potencial. Isso é ridículo!!! Tratamos os americanos a pão-de-ló e o que levamos de troco é isso?
Atualmente ninguém joga um jogo ou é jogador. Atualmente se joga um game e quem joga é gamer. Ninguém anda de bicicleta e é ciclista, anda-se de bike e é biker. Não se joga futebol de salão, é futsal.
Isso não é papo de velho ranzinza, não. Não é papo de falso moralista. Minha banda até tem o nome de StomachalCorrosion, e temos letras em inglês. Mas falo de coisas que não há necessidade de se implantar outra língua, sendo que o próprio português fica muito bem. Tem gente que não sabe nem falar português direito e vai se meter a falar e escrever inglês.
Não podemos nos esquecer que desde a Segunda guerra mundial que os EUA vêem em uma busca desenfreada para dominação do planeta. Notem o que fizeram no Iraque. Se estava ruim com a ditadura de Saddan Husain, o que dirá agora que quando morre pouco por dia morrem trinta pessoas. E alguém aí acredita que o senhor Bush vai conseguir parar os ataques suicidas, os carros-bomba, os homens e mulheres-bomba, os terroristas, e tudo isso? Se acredita, pode pedir seu presente pro Papai Noel e esperar o Coelhinho da Páscoa.
Bem, gostaria que ao menos eu tenha conseguido fazer com que você abra os olhos pra toda cultura de usurpação de culturas que nos é imposta no dia a dia e que muita gente nem percebe.

POBRE, MAS LIMPINHO!

Tenho acompanhado diretamente a história do Underground nacional e até parte do internacional. Vejo diferenças fortes no contexto geral deste meio de vida, musical e ideológico. Isso através de correspondência, Internet, conversando com amigos de bandas que já tocaram pela Europa e em países de outros continentes. Assim formando em mim vários pensamentos comparativos entre um cenário e outro.
Ser e estar no Underground para algumas pessoas soa como sujo, podrão, mal feito, e feito na cara e na coragem, no peito e na raça. Quanto a esta garra para fazer os eventos e demais articulações, nada mais louvável. Tem que ter “sangue nuzóio” mesmo pra encarar tantas dificuldades, como falta de apoio, compreensão e investimentos para uma cena praticamente inexistente aos olhos de quem “está por cima”, assim por dizer.
Porém sempre defendi que para se conseguir algo, temos que ter credibilidade, mostrar profissionalismo e seriedade. Nada de molecagem, de grupinhos para procurar patrocínios no comércio de sua cidade.
Quando falo em patrocínios com pessoas que agilizam eventos, todos dizem que é difícil, outros até que é impossível conseguir algum apoio na cidade onde moram, pois todo mundo só vê o meio Underground como um monte de maloqueiros desocupados e fedorentos. Mas será que não é esta a imagem que estamos passando para as outras pessoas? Devemos nos perguntar sobre isso!
Não é necessário se travestir para conseguir as coisas. Eu mesmo organizei alguns eventos na cidade de Cambuí, sul de Minas Gerais, e fui procurar patrocínios e apoios usando minhas camisetas de bandas mesmo. Mas sempre tive a preocupação em me mostrar um cara responsável, que estou lutando para trazer algo interessante para a cidade e sua juventude sem opções de diversão. E sempre consegui, mesmo numa cidade onde a cultura de não querer o Rock nas suas ruas e casas.
O cenário Underground no Brasil não está preparado para andar com os próprios pés porque nem as pessoas que o compõem tomaram consciência de onde estão e que sua ajuda e apoio são essenciais para que os eventos continuem acontecendo.
Veja na Europa. Conversando com amigos de várias bandas que por lá tocaram, vi que a realidade de lá é completamente diferente. Há o interesse por parte de todos para que os locais, ditos “picos”, continuem desenvolvendo suas atividades e sem a necessidade de buscarem incentivos alheios. Ou seja, as pessoas que vão aos shows, mostras, e afins fazem questão de pagar o ingresso para que este dinheiro entre nos caixas da casa para que novos eventos se desenvolvam frequentemente. É o pensamento de que sem este lugar, eu não tenho pra onde ir. Aqui é legal, porque vou querer que isso acabe? Então vou apoiar.
Nos vídeos gravados às vezes em pubs podrões, para um público estimado de umas 100 a 200 pessoas, podemos ver a estrutura bem superior à encontrada em muitos eventos até de nível médio em nosso país. É normal vermos bandas sem nenhuma expressão tocar com instrumentos de grandes marcas, como Jackson, BC Rich, Gibson, Pearl, Tama, Yamaha. As caixas amplificadas quase sempre são Marshal. E como conseguem isso? Com o apoio mútuo, comprometimento com suas causas. Tudo bem que o nível de vida lá é bem superior ao nosso. Os instrumentos são relativamente mais baratos, as coisas são aparentemente mais fáceis economicamente falando. Mas se não tiver interesse de nada vale isso tudo. Pois se pode ganhar mais e beber mais, se drogar mais, gastar mais dinheiros com bobagens inúteis!
Quantas vezes vi pessoas esbravejarem que um fulano quer ficar rico usando o nome do Underground. E estas mesmas pessoas não tomavam a iniciativa em pagar os ingressos dos shows, ficam nas portas das casas tomando pinga e fumando maconha. Enfim, preferem dar dinheiro às fábricas de cachaça e aos traficantes do que ajudar um pouquinho um evento feito com tanta raça, coragem e sangue nuzóio.
Tem que buscar apoios sim. Patrocínios. Levar pastas com materiais das bandas que se deseja trazer para o evento. Mostrar maturidade e comprometimento. Enquanto não houver uma cena propriamente dita, com um fluxo de dinheiro interno circulando, não há como continuar fazendo acontecer.