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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Entrevista - Sanctifier



O Sanctifier teve início às atividades no ano de 1987. Após a gravação de algumas demo tapes, em 1993, gravam a “Ad Perpetuam Rei Memoriam”. Esta gravação é considerada por especialistas e fãs como uma das mais importantes gravações independentes do gênero realizadas no Brasil pela ousadia técnica e estética. O resultado desperta o interesse a gravadora grega Molon Lave Records (Ancient Rites, Necromantia, Varathron etc), de propriedade do Jim Multilator, baixista do Rotting Christ. A demo tape formata-se no 7”EP e tem distribuição por toda a Europa entre os anos de 1994 e 1995.

Em 2003, por solicitação de gravadora colombiana Trauma, compilam suas demos tapes e a gravação de um show ao vivo (Fortaleza/1994) para a prensagem do cd intitulado “The Demons”, distribuído na America Latina. Em 2004, gravam a Musica “Non Serviam” para o “Tributo ao Rotting Christ” (Records, 2004 com a participação das principais bandas de death e black Metal brasileiras na época. Em 2007, gravam o debut cd “Awake by ImpurIty Rites”, pela Dying Music, responsável pela distribuição nos EUA e Europa, e pela Weird Truth, responsável pela distribuição na Ásia e Japão, obtendo elogiosas críticas nas principais publicações especializadas. Ainda em 2007, participam do split 10’’ MLP, em vinil, “...In Deathmetallic Brotherhood...”, com a banda brasileira Headhunter d.c, pela gravadora francesa Legion of Death Rekordz.

Em 2011 apresenta nova formação que conta com Rogério Mendes, nos vocais (Ex-Decomposed God); Alexandre Emerson, guitarras; Mitchell Pedregal (Ex-Hammeron), guitarras; Adriano Sabino, baixo (Putritorium) e Marcelo Costa, bateria (Expose Your Hate) com vistas na gravação do próximo cd da banda intitulado “Daemoncraft”, que sairá pelo selo Dying Music e o DVD comemorativo de 25 anos da banda, ambos a serem lançados em abril de 2012.

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1- A Sanctifier encerrou suas atividades por um tempo, certo? Quando foi essa parada e o retorno? E o que mudou na banda da primeira fase pra essa de agora?

O Sanctifier nunca encerrou suas atividades, que fique bem claro, antes de qualquer consideração. Com isso, pode-se dizer que quem “decretou o encerramentos das atividades” da banda foi uma minoria desinformada do público. O Sanctifier, assim como boa parte das bandas, sempre teve problemas com a estabilidade na formação. O que pode ser considerado natural. É comum as pessoas sentirem em determinado momento da vida a necessidade de dedicar seu tempo a outras atividades/experiências – estéticas ou não – e à sobrevivência, exclusivamente. Muitas vezes elas querem ter outra rotina porque acham complicado serem a mesma pessoa e fazerem as mesmas coisas sempre! Mesmo sendo compreensivos é fato que as constantes mudanças na formação causam transtornos. A dificuldade do Sanctifier sempre consistiu em encontrar nas pessoas disponibilidade e capacidade técnica mínimas alem de um grau satisfatório de maturidade para saber o que estariam prestes a fazer na banda. A parada a que você se referiu, de 2009 a 2011, relacionou-se a esta dificuldade: de encontrar pessoas, digamos, legais, para desenvolver um trabalho. Mas, ao contrário do que podem pensar muitos, o Sanctifier não parou porque o Alexandre Emérson compôs o “Daemoncraft”. De qualquer maneira o mais importante do momento é que a banda voltou e está com uma nova formação que, segundo Alexandre Emerson, fundador e principal compositor da banda, não deixa nada a dever, a formação da “Ad Perpetuam rei Memoriam”. A “parada” também foi importante para que nós também pudéssemos (re)pensar e (re)afirmar os planos em relação ao Sanctifier. Achamos saudável e necessário o recesso pelo tempo que temos (25 anos). Não somos apenas músicos que se interessam por death metal: também temos nossas vidas, famílias e outros interesses. Hoje o Sanctifier é uma banda mais madura e isso facilita muito o desenvolvimento dos trabalhos. Por isso, achamos que o “Daemoncraft” será um trabalho muito interessante porque refletirá o bom momento que a banda, e cada um de nós, vivemos. Achamos que essa é a grande diferença que vivemos em relação a antes: a maturidade que, obviamente, também reflete no desenvolvimento de nossa técnica e identidade atual.

2- O que voces estão ainda trabalhando da primera fase?

Tentamos com “Daemoncraft” fazer algo diferente do que foi feito no “Awake by Impurity Rites”. Semelhanças existem porque as referencias centrais se mantêm mas, como esse cd contará com a participação ativa de uma formação diferente da anterior naturalmente apresentará um feeling distinto. Não faria sentido a banda também tentar encontrar uma fórmula e mantê-la. Para quem cria é importante buscar outros caminhos para o que já foi feito porque aí reside o valor da obra, da Arte e do reconhecimento. Este cd também terá uma produção mais bem cuidada. A produção do disco ficará a cargo do Victor Fábio, do Estúdio Flames/RJ, que já foi integrante do Sanctifier (e também do Expose Your Hate e Lord Blasphemate) e ficará responsável em dar ao Sanctifier uma sonoridade que nada tem a ver com a utilizada pela banda antes. Queremos retomar as atividades com uma alma diferente e isso está nos deixando satisfeitos e estimulados. Até o logotipo modificamos - novo logotipo do Sanctifier foi feito pelo designer Christophe Szpajdel, que criou os logotipos do Moonspell, do Enthroned, do Emperor etc. Queremos algo que se distinga e ao mesmo tempo seja extensão da aura do Sanctifier do “Awake by Impurity Rites e provavelmente daqui a um tempo, no terceiro cd, estaremos nos esforçando para não mais realizarmos algo diferente do “Daemoncraft”. Não faz sentido sermos repetitivos na nossa música quando constantemente estamos mudando as nossas opiniões e idéias.

3- Voce acredita que o cenário nordestino ainda é carente de algo, em relação ao da região sudeste? Ou de uns anos pra cá formou-se um cenário compativel e que caminha por sim?

Muitos de nós, nordestinos, somos carentes de auto-estima. Não costumamos valorizar e estimular as nossas bandas, os nossos fanzines, as nossas revistas e as nossas produções. Sempre vemos com desconfiança o Nordeste, a nossa própria Região, por ela enfrentar muitas dificuldades ao mesmo tempo que não colaboramos para que a situação mude. Muitas vezes repetimos o discurso que vem de fora e que nos incomoda: o Nordeste não tem muita importância. Daí nos limitamos a culpar os outros ao invés de pensar sobre nossas dificuldades e trabalhar para melhorá-las. Precisamos amadurecer e encarar muito de nossos problemas e resolve-los de maneira adulta e consciente. Precisamos saber quais são as nossas carências, dificuldades e trabalhá-las ao invés de limitar-se com as opiniÕes dos outros. Melhores produções e estruturas acontecem no Sudeste porque eles cuidam para que isso aconteça e devemos pensar da mesma maneira: trabalhar para que isso aconteça no Nordeste. Noto que há um movimento nesse sentido mas ainda é muito pouco! As Bandas têm que investir não apenas em equipamentos de ponta mas também aprender o seu manuseio e as possibilidades que oferecem alem de sempre estudarem, atualizarem-se com a tecnologia; produtores têm que parar com a mentalidade de que estão fazendo um favor colocando bandas para tocar enquanto lucram; o público tem que prestigiar e consumir o mercado local – ingressos pra shows, cds, camisetas; os músicos têm que ampliar a idéia de profissionalismo. Sei que o que acabei de citar são problemas gerais e acontecem em todas as regiões mas falo como Nordestino que tem consciência de seus problemas e quer resolvê-los. Infelizmente o que poderia ser compreendido como underground ainda limita-se a idéia do que se relaciona com o “obscuro”, com a precariedade e com o descaso. Sem falar que as pessoas não são livres: cada um se acha no direito de “patrulhar” o que o outro ouve, o que o outro veste, o que o outro fala e os lugares que freqüenta. Isso me parece atitudes de pessoas pouco maduras e que não estão preparadas para desenvolver um trabalho sério porque não respeitam os espaços do outro. É curioso porque temos uma relação autodestrutiva conosco e não percebemos. Se você me pergunta se há uma relação discriminatória de muitos sulistas com os nordestinos eu te responderia que muitas vezes há, de fato. Mas muitas vezes acontece essa reação em virtude da maneira como nos comportamos conosco. Ao invés de nos preocuparmos com a opinião dos outros deveríamos nos ater e reparar nossas dificuldades: não para os outros mas, sobretudo, para nós mesmos. Não vejo razão para nos incomodarmos tanto com o que as outras Regiões. Ao invés dos mexericos devemos nos ater ao que nos propomos a fazer. Não dependemos de outras Regiões como muitos imaginam. Vamos valorizar o que fazemos e quem está do nosso lado porque apenas assim as coisas poderão mudar a contento. Temos um público que cada vez mais nos garante o privilégio de termos acesso a shows cada vez maiores e consumirmos mais e manter um mercado que nos interessa. Os produtores estão amadurecendo a idéia do que é de fato profissional e necessário alem de entender o que é de fato ‘underground’. Resta-nos essa consciência e ocuparmos o nosso lugar nesse sistema.


4- Haviam muitas bandas aí em Natal, quando a Sanctifier iniciou a carreira. Dessas, quais continuam na ativa e quais atuais voce destacaria?

O Sanctifier é a banda mais antiga em atividade no Rio Grande do Norte e quando começou não havia muitas bandas em atividade. Havia o Crosskill, o Auschwitz, o Hammeron... A antiga gravadora Whiplash Records dava muito suporte a consolidação das bandas potiguares e nordestinas. Se o Luziano não tivesse falecido é possível que a Whiplash Records tivesse a dimensão e importância do que teve a Cogumelo Records. Hoje a cena tem bandas muito interessantes como o Expose Your Hate (Grindcore), Deadly Fate (Heavy Metal), Katáphero (Death Metal), Comando Etílico (Heavy Metal/Hard Rock) além de uma cena “indie” que cresce bastante. Há rock para todos os gostos. É um erro achar que o metal deve prevalecer em relação a outros gêneros ou subgêneros. É preciso conviver com as diferenças. Há público e consumo para todo tipo de musica. Ter preconceito com outras pessoas por achar que nossas predileções são melhores e mais importantes – radicalismo - é um erro que não deveria continuar. Ninguém pode ser considerado um idiota por preferir coisas diferentes de nós. Cada um no seu tempo, na sua história. Mas que fique bem claro uma coisa: somos o Sanctifier e há 25 anos fazemos death metal. Por meio do death metal podemos ser uma boa opção para quem gosta do estilo.

5- Que material voces tem disponivel e como fazer para adquirir? Algo antigo ainda em catálogo?

Temos as novas camisetas, que estão saindo bastante! Quem estiver interessado pode buscar maiores informações pelo site: http://blog.sanctifier.net/camisas/ ou http://peligrot-shirts.blogspot.com/. As camisetas estão sendo distribuídas pela Peligro T-shirts, do amigo e artista potiguar Jansen Baracho. Também encontram-se ainda disponíveis os CDs “Awake by Impurity Rites” (Dying Music, 2007); “Tributo ao Rotting Christ”, (Records, 2004), a promo “Zi Dinger Kia Kampa” (do “Awake by Impurity Rites”); a compilação em cd de demos e um show intitulada “The Demons” que saiu pela gravadora colombiana Trauma, em 2003. Todos esse títulos ainda podem ser encontrados na Dying Music (www.dyingmusic.com). Há também outros títulos esgotados do Sanctifier que podem ser encontrados em sebos virtuais São eles: o 7’’EP com o nome de Hellspawn - prensagem em vinil da dt “Ad Perpetuam Rei Memoriam” que saiu pela Molon Lave Records (1993) por intermédio do Jim Mutilator, baixista do Rotting Christ. Há também o split 10’’ MLP com o Headhunter d.c, em vinil, intitulado “...In Deathmetallic Brotherhood...”, pela Legion of Death Rekordz (França) e um split cd lançado pela gravadora colombiana Warfucks Records (2003) com duas bandas polonesas: “Nekrokultus e Throneaum.

6- A Sanctifier ja fez shows fora do eixo nordestino, vindo mais para o sul do país? Ja foram pra outros países? E como estão os planos para essa parte da banda?

O Sanctifier não tocou fora do eixo nordestino. Aconteceram convites para alguns shows pelo Brasil e até para uma turnê latino-americana junto com o Dominus Praeli. Acontece que, pela experiência que nós temos, as coisas não se tornam tão simples. Sair de nossos estados e país não pode ser feito em qualquer condição. Muitas vezes sair nessas turnês é mais vantajoso do ponto de vista da experiência pessoal do que propriamente da experiência coletiva (banda). Para nós não bastaria irmos para quando voltarmos apenas dizer que fomos tocar “no estrangeiro” sem ter tido uma estrutura ou garantias mínimas como se fôssemos colegiais em uma excursão. O curioso é que hoje o movimento é inverso: há bandas mais bandas estrangeiras interessadas em tocar no Brasil do que o inverso. A Europa não comporta mais a mesma estrutura e interesses. Precisamos entender isso. O mercado funciona diferente hoje. Há bandas que pensam como há vinte anos atrás e isso não nos interessa. Não somos mais adolescentes e não compartilhamos com a idéia de que os produtores estão fazendo um “favor” para nós nos convidando para tocar. Também não achamos que ao sairmos para tocar fora do Brasil acontecerão grandes mudanças. Não queremos dizer com isso que não nos interessa tocar em outros lugares fora de nosso eixo. É claro que nos interessa! Também não queremos parecer rudes ou recalcados com quem teve a experiência. Talvez, há alguns anos atrás tivéssemos a mesma disposição de aventurarmos e acalentarmos os benefícios da Antropologia das Viagens. Hoje, não. Vamos esperar a saída do “Daemoncraft” e observar a recepção do trabalho e daí aguardar/planejar algo nesse sentido mas, com muita cautela.

7- Qual a temárica principal da banda? Ou voces não se prendem a determinado assunto? Voce imagina que o conteudo lírico deve ser em comunhão com o visual e demais posturas da banda?

O assunto abordado no “Awake by Impurity Rites” permanecerá no “Daemoncraft” que é o estudo aprofundado do mito de Cthulhu a partir da livre leitura da obra de H.P. Lovecraft que firma o “mito” de Chutulhu como fronteira/resultado da relação humana com a idéia do horror. O horror como metáfora da natureza subjetiva humana, responsável pela criação de universos que se materializam em crenças, mitos que nos une a dimensões abstratas e surpreendentes que se tornam reais a ponto de nos atormentar ou extasiar, numa demonstração de como somos complexos e ignorantes. Dessa maneira tornamo-nos demônios de nós mesmos. Trata-se de um trabalho que se relaciona com o poder subestimado da imaginação que é responsável por tudo o que o homem materializa por meio do que desconhece: as forças ocultas da mente que tornam possíveis outras realidades, quase sempre inventadas por nós mesmos. O horror, com isso, torna-se o que não nos faz reconhecer a si próprios; o que faz nos temer diante do que somos capazes; o que nos repugna e envergonha situando-nos à condição mínima da ignorância sobre nós mesmos. Entretanto, no terceiro trabalho, após o “Deamoncraft”, estamos querendo abordar temas mais “reais”, mais próximos da realidade; eventos que se vinculam a uma prática de reflexão cotidiana: temas que voltados para a Antropologia, Sociologia, Filosofia, História que são ciências ricas ao contar a história do desenvolvimento do homem entre erros e acertos. Achamos que nesse contexto há temas importantes, outras dimensões do “horror”, que merecem ser abordadas, como por exemplo: o horror da dificuldade em lidar com a diferença; a vaidade. Estamos pensando...rsrs

8- Alem a banda, o que mais voces fazem no dia a dia? Tipo trabalho, estudo, etc? Há como conciliar bem a vida pessoal com a vida em banda? E como sobreviver de Metal no Brasil

Eu e o Alexandre Emerson somos professores. Somos formados em Letras e trabalhamos ministrando aulas e cursos; desenvolvendo pesquisas; escrevemos textos técnicos e críticos sobre Linguagem. Ainda freqüentamos os bancos das pós-graduações das universidade: não paramos e não pretendemos parar de estudar! Mitchell Pedregal é publicitário, designer gráfico e professor de ensino superior da área. Trabalha também desenvolvendo mídias e campanhas publicitárias em geral além de atuar como produtor cultural. Adriano Sabino é formado em Radialismo e TV e trabalha na área, principalmente como editor de imagens, em produtoras e como free-lancer. Marcelo Costa alem de atuar como analista imobiliário toca em outras bandas – Expose Your Hate e Sex ‘n Roll. Não acreditamos que possamos sobreviver única e exclusivamente como músicos de metal no Brasil. Mas por outro lado também achamos saudável desenvolvermos outras capacidades e nos relacionarmos com outros meios e outras lógicas. Não concentramos nossa energia apenas no Metal.

9- Em alguns países muitas bandas sobrevivem da própria banda, mesmo fazendo som extremo. No Brasil até banda cover tem que se virar pra se manter vivo. O que voce acredita que deva mudar na postura brasileira quanto à musica pesada e extrema até, para que músicos de excelente qualidade não migrem do estilo para outros,como Forró, Sertanejo, etc?

Às vezes a impressão que eu tenho é que se criou um universo paralelo onde as pessoas que gostam de metal não se relacionam diretamente com o mundo real tal é a distância que se possui de algumas instâncias necessárias ao desenvolvimento de um trabalho ou sobrevivências. O musico de metal tem o mesmo status que qualquer outro musico que desenvolve um trabalho qualquer com outro gênero e precisa, assim como qualquer musico, de apoio e condições mínimas de trabalho, o que não acontece. É quase uma ofensa quando uma banda solicita uma ajuda de custo quando realiza um show. Por outro lado o público não dá sustentabilidade aos eventos locais para que a valorização das bandas e dos trabalhos aconteça. Talvez, isso, de certa maneira explique o fenômeno das bandas covers. O poder aquisitivo do público é baixo que por sua vez é composto por um perfil que, em sua maioria, ainda não se firmou no mercado de trabalho ao ponto de usufruir de uma estabilidade sustentável para consumir o mercado local. Quando isso acontece preferem comprar itens de opções estrangeiras. O rapaz que não tem dinheiro para ir ao Rock In Rio ver o Metallica e por isso paga pra ver o show cover da banda que eles tanto gostam. Vivemos, “somos reféns”, dos meios de comunicação – revistas, sites, jornais – que formatam o sucesso de muitos. Para que isso mude e as bandas tenham oportunidade precisam se tornar um “evento midiático” para que tenham algum valor, sejam reconhecidos. Você fala de músicos de Forró, Sertanejo... Mas quando os músicos migram para esses espaços encontram valorização, condições mínimas de trabalho o que lhes garante sustentabilidade para viabilizar seus projetos. No caso do Sanctifier preferimos desenvolver atividades profissionais formais mas, cada casa é um caso. Ao invés de nas rodas os bangers ficarem apontando quem é “real” ou não deveriam fazer uma análise mais profunda sobre essa situação e provocar uma movimentação para mudar a postura e as relações no que se entende como “underground”. Isso, DE FATO, seria REAL. Acho que falta mais consciência, criticidade e principalmente AÇÃO das pessoas que gostam de metal.

10- Por favor, encerre essa entrevista. E desde já é um prazer recebê-los em nosso site. Força e sucesso. Sanctfier Rules!

O prazer é, e sempre será, nosso, Charlie Curcio e Rock Meeting. Valorizamos o trabalho das pessoas que acreditam na informação e nas idéias daqueles que contribuem para que continuem existindo a musica pesada. Isso é muito importante. Acreditamos tanto na força da musica quanto na força das idéias para que as circunstâncias de um mundo que nos incomoda modifique. Essa é a razão do Sanctifier existir e de estarmos aqui conversando. Não basta criar um sentido, modelar a estética desse sentido e não acreditar no sentido que tomam forma a partir do que dizemos. O Sanctifier voltou e com ele uma formação que em breve apresentará, ao vivo e em estúdio, o resultado de alguns do mais recente trabalho, o “Deamoncraft”, que será gravado em janeiro próximo e deve sair até abril de 2012! Também aguardem o nosso DVD comemorativo dos 25 anos de história de banda! Nele haverá clip; imagens de shows novos e antigos; depoimentos de integrantes e amigos/bandas; making off... Será um trabalho muito interessante, um registro de nossa dedicação e história ao longo de mais de duas décadas e do novo momento, um bom momento, que atravessa a banda. Aproveitamos a oportunidade para agradecer a todas as pessoas que nos ajudaram a manter o Sanctifier “vivo”: amigos/fãs; famílias; zines; produtores; gravadoras. Uma grande abraço.

Um comentário:

Vsin disse...

Watch the new Sanctifier video of Daemoncraft now.

http://www.youtube.com/watch?v=j3_twQivVXk

Alternate mirrored link:
http://www.youtube.com/watch?v=FBEqAjbADDU