Pensando no que escrever desta vez, me veio à mente uma conversa que tive com um amigo meu, ele comentava que outro amigo nosso em comum havia entrado para o Exército e que parecia que estava meio que arrependido do feito. O cara estava magro, com o olhar vazio e sem ação.
Eu mesmo havia estado com este amigo, atual soldado raso, e brinquei com ele sobre a ida dele para o Exército, ele respondeu que estava indo defender o Brasil, a Pátria, a Nação! Mas defender do quê? De qual guerra? Se nem as guerras civis que enfrentamos diariamente o Exército Brasileiro pode intervir! Ele me respondeu que eu estava errado, estava enganado. Não sabia o que estava falando!
Tudo bem! Reconheço que não sou o dono da verdade. Tenho muito e sempre o que aprender. Mas me responda o que é a Pátria? O que é a Nação? O que defendemos? Os interesses são realmente nossos? Mandamos mesmo no chão em que pisamos?
Isso tudo eu vejo como uma idéia que temos. Algo subjetivo. Todo mundo é patriota durante a Copa do Mundo de Futebol, ou durante as Olimpíadas, devido ao esporte. Mas o esporte é usado pra calar, pra alienar, pra dispersar as idéias subversivas e pensantes. Concordo que é um lazer, um momento de desopilar. Eu também torço por um time de futebol, também fico sentado na sala assistindo a um jogo de futebol de vez em quando. E gosto disso. Mas não me deixo levar pela doença que domina as mentes de muita gente.
Durante os jogos da Copa torço pra que a Seleção Brasileira de Futebol ganhe os jogos pra temos mais um motivo pra beber, ficar com os amigos. Lembro que na Copa de 2006 eu ficava num bar de um conhecido em minha cidade, e ficávamos conversando, bebendo e quando saiam os gol, alguém falava: “Alá! Foi gol!!! Deixa ver de quem foi!!!”
Isso me faz pensar que se tivermos a mente ocupada com outras coisas não vamos nos preocupar com patriotismos fúteis, pois quem faz o país não somos nós, povo, são os governantes, e estes só nos jogam regras, leis, deveres, filas, impostos, etc. Por outro lado aumentam os próprios salários quando acham que é justo e conveniente. E não me venha dizer que estou errado. Basta parar pra pensar e verás que estou certo sim. Nós povo, não escolhemos nada, não opinamos nada! A pátria é apenas algum produto para consumo em eventos esporádicos. Quem me garante que os resultados das eleições são verdadeiros? Quem me garante que não tem manipulação? Recentemente descobriu-se que rolou manipulação até nas apurações dos desfiles das Escolas de Samba no Rio de Janeiro! E outra coisa que me deixa intrigado é a facilidade nas apurações! Poucas urnas dão problema. Sei não; viu?!
E o Exército Brasileiro? Defende o quê? Quando? É um exército preventivo, não de combate. Nem armamento direito tem! Vai defende a pátria com armamento inferior ao armamento dos traficantes do Rio de Janeiro e São Paulo? É piada; né?
Eu sou o tipo de pessoa que não defendo nada, apenas sobrevivo neste lugar onde nasci, seja país, cidade, ou o que for. Se um dia for para outro país vou procurar sobreviver do mesmo jeito, mas sem me firmar a bandeiras.
Acho engraçado algumas bandas que usam bandeiras do Brasil em suas fotos e materiais afins. O engraçado que são tão patriotas, mas têm os nomes das bandas em inglês, usam termos em inglês para designar funções dos membros na banda (bass, guitar, drums, keyboards, etc.), cantam em inglês e visam turnês na Europa, EUA. Sem contar que as referências e influências são quase num total de bandas gringas (alemãs, inglesas, americanas...), os instrumentos preferem os importados, pois dizem serem melhores que os nacionais, assim como o restante do equipamento. É, belo patriotismo! Por isso que prefiro não me prender a estas coisas que não me dizem nada.
O Brasil é realmente um país que conta com um território bonito, mas com muitos problemas. Quanto a defender Pátria e estas coisas acho que já é demais pra mim, pelo menos.
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
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