Pirataria. Fala-se tanto deste assunto que resolvi escrever algo nesta coluna. Na realidade fala-se muito e atitude para que isso acabe na realidade é pouquíssima.
Tenho uma certa preocupação no assunto porque tenho banda, e ainda curto gravar e lançar CDs e até LPs.
Acredito em algumas formas para que a pirataria seja ao menos diminuída. E acredito também que se os grandes empresários quisessem que isso não houvesse, com certeza não haveria.
Para diminuir vejo que uma solução seria no que diz respeito à venda dos gravadores de CD e DVD. Se fossem vendidos apenas para empresas e com comprovação de CNPJ e da necessidade para o uso de tal aparelho, não haveriam as cópias que todo mundo faz em casa, inclusive eu. O aparelho teria um limite de cópias a serem feitas, depois deste número o aparelho ficaria inútil. Algo como uma auto- destruição. Com isso teria-se um controle de onde determinado aparelho de gravação estava sendo usado.
O lado negativo desta hipótese? A fabricação seria em menor escala. Os custos seriam mais elevados. Mas, por outro lado fábricas de CDs e DVDs, assim como os artistas e demais envolvidos direta e indiretamente seriam favorecidos.
Os impostos embutidos em cada CD e DVD são muitos. Vale salientar os lucros de quem lança, de quem distribui, de que revende e de quem vende para o consumidor final. Tome imposto e lucro, com isso o preço final chega às alturas. Como chegamos a parar até R$30,00 ou mais em um CD que sai da fábrica por menos que R$4,00?
E uma maneira para que todos estes caminhos de lucros e impostos fosse transformado em um atalho bem mais econômico vejo que seria as fábricas de CDs e DVDs também serem gravadoras e distribuidoras. Assim a Sonopress Rimo, por exemplo, teria uma subsidiária “Sonopress Records”, que lançaria os CDs e DVDs que sua própria Sonopress Rimo prensou. E uma “Sonopress Atacado” mandaria direto para as lojas, assim evitando os atacadista.
Isso não é difícil e nem impossível. Muitas fábricas de produtos de higiene pessoal e alimentos já fazem este tipo de esquema com seus clientes. Como a Gessy Lever que fabrica e manda direto para supermercados e demais clientes, assim evitando as empresas atacadistas e com isso o preço final sendo menor para o cliente final, que somos nós.
Mas, pare para pensar... será que se os grandes empresários quisessem eles não já teriam criado mecanismos para que a pirataria não existisse? Toda tecnologia para a produção de CDs e DVDs no mundo é de patente da Sony. Então como que a Sony permite que toda esta pirataria ocorra bem embaixo dos seus narizes? Ou será que realmente acreditam que as buscas e apreensões das polícias pode ao menos coibir todo este comércio?
Será que tudo isso não é permitido para que em breve uma nova tecnologia seja a nós apresentada? Como ocorreu com o vinil? Hoje quase não se produz mais discos de vinil no mundo inteiro. Por outro lado temos o MP3, os iPod, os sites, as cópias desenfreadas de tudo que é material sonoro e visual.
Será que os grandes empresários não estão deixando que esta tecnologia dos CDs e DVDs fique obsoleta, promíscua, vulgar, fácil para que algo novo e controlável seja lançado? Há de se pensar.
Fico pensando como pode tudo ser tão fácil, permitido e acessível hoje em dia. Se uma banda grava um material, joga na Net e todo mundo que quiser ouve e grava lá. Penso também nas lojas de CDs, nas fábricas, em todo o complexo que envolve a industria da música num contexto geral. Seja no mainstream ou no mais extremo underground. Pirataria, MP3, iPods e todas esta tecnologia não pode levar a um fim de toda esta magia que envolve o universo da música?
Como é bom passar uma tarde na casa de um amigo vasculhando sua coleção de discos, seja vinil ou CD! E que graça tem ficar na frente do computador olhando para aquela tela com os nomes das músicas e apenas ouvi-las nas caixinhas ou um fone de ouvido. Realmente o MP3 e os iPods não têm graça nenhuma. Os CDs piratas são feios e mal acabados.
O bom é ler as letras, ver as fotos, a arte do encarte. Colecionar as capas de determinado artista, como um dos meus preferidos, Dan Seagrave. E o que seria das capas de Derek Wigs nos LPs do Iron Maiden se o mundo fosse só um iPod gigante?
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
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Um comentário:
uestão da pirataria. Existe isso por que o preço de um cd original é absurdo. Não só de cds! A pirataria só vai acabar quando um objeto for criado para todos, ou seja, um preço acessível. Não adianta reclamar, julgar, conscientizar uma vez que o verdadeiro é trocentas vezes mais caro do que o falso. E outra coisa, se faz tanta propaganda de mercadorias originais, porque é como vc disse, vai para o bolso dos proprietários, dos energúmenos (sentido não literal, só usei esse termo pelo nome que eu acho bem depreciativo, =) ) que estão montados nos capitais. Enfim, se alguém quisesse realmente acabr com a pirataria, fecharis os pontos principais onde estes são fabricados, fabricariam rádios, dvds, pcs, e ect qu bloqueariam os cds falsos, ou seja, não funcionariam e caso alguém não respeitasse este sistema, haveria de pagar pelo erro, mas isso no Brasil, no momento, infelizmente é impossível. Pois nós sabemos a realidade do mesmo. E outra, duvido muito se as elites não ganham com a pirataria, no meio de tudo, todos não passam de elitizados hipócritas.
Por Nayara K. S. Nogueira
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