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domingo, 19 de dezembro de 2010

Gene Simmons, o pai do Black Metal


Muita gente pode até achar que este é mais um papo de fã biruta que quer colocar seus ídolos em tudo quanto é lugar na música. Mas se formos buscar nos primórdios do estilo musical, e às vezes mais ideológico do que musical, do Black Metal veremos que não é preciso ir muito longe para notarmos certa coerência neste pensamento.
Acho que muitos negam a influência do linguarudo do KISS por causa da fase que a banda se meteu nos anos 1980, com muitas cores, o Paul Stanley rebolando, chupando o dedo maior da mão, músicas com “Uh! All Night!” e outras.
Mas, vejamos as fotos de Gene já nos idos anos de 1970, logo no início de carreira já apresentava o personagem que seria a base criativa para todas as aparências de medalhões do Black Metal. A maquiagem era uma prévia do que seria conhecido hoje como “Corpse Paint” nas bandas satânicas. As poses de Gene, se arreganhando todo, com os dedos das mãos se invergando, fazendo caretas ou rindo sarcasticamente. Sem falar na tradicional língua pra fora, as cusparadas de fogo, sangue.

Um dos maiores ícones do Black Metal admitiu total influência de KISS e mais ainda do senhor Simmons. Falo de Qüorton, o genial membro fundador do vangardista Bathory, um dos maiores nomes da música pesada em todo o mundo. Tanto que no tributo ao KISS “KISS My Ass vol. 2” Qüorton gravou “Deuce”, e de maneira séria. Bathory foi uma das bandas que mais influenciaram o surgimento e direcionamento do Black Metal.
Hoje vemos mais e mais bandas do estilo mais maldito da música pesada admitindo influências do KISS. E as comparações são inevitáveis.  As poses que estas bandas fazem em suas fotos promocionais são todas imitadas das tiradas por Gene nos anos 1970. As caras, o terror proposto na temática provém direta ou indiretamente do linguarudo.
Outro fator importante é a música “God Of Thunder”, que apesar de ser de autoria do incomparável Paul Stanley, retrata fielmente o personagem de seu companheiro. A imagem de demônio, dragão, morcego, ser das profundezas, etc. é a imagem que as bandas do estilo Black Metal empregam e se não têm conhecimento de nomes antecessores a Simmons, como “Arthur Brown” e “Coven”, a influência mais próxima seria Alice Cooper. Mas este não chega nem perto do clima que circunda o personagem do KISSeiro. Alice tinha o lance da cobra, dos olhos pintados, que algumas bandas “chupinharam” na cara dura, como o brasileiro “Sarcófago”, que pintavam os rostos com uma temática idêntica à da tia Alice, e nunca ouvi ninguém falar que parecia. Mas e se usassem algo similar à de Gene? A ligação seria imediata e a taxação de roubo, imitação, falta de imaginação seria inevitável.
Há algo mais Black Metal do que a foto de Gene na capa do “Alive II”? E a seqüência dele como Jesus Cristo com a coroa de espinhos feita de arame farpado (fajuto, mas quem colocaria uma coroa de arame farpado de verdade na cabeça?), e o sorriso sarcástico.
E o que dizer das cusparadas de fogo no palco? Alguém já havia feito isso antes? Se fazia não tenho conhecimento. E se fizeram antes com certeza não serviu de influência para as bandas Black, pois o próprio Abbath, do Immortal, assumiu em uma entrevista por volta de 1995 que cuspia fogo mais alto que Simmons. É o “filhinho” do dragão demoníaco. Outro que cospe fogo no palco é Nergal, do grande Behemoth. E já viu a semelhança das botas de Nergal com as que Gene usou por um tempo, com umas pontas de metal nas laterais?

Tudo bem, Gene Simmons pode até não ter inventado muita coisa, copiando de outras pessoas e personagens de quadrinhos, como ele mesmo assume, mas não devemos negar a sua influência criativa no estilo que aparentemente não tem nada a ver com o KISS. Por todo este peso de inspiração que defendo que ele é sim o pai de todo mal, de todo terror, pavor, o mentor de todas imagens sangrentas, de todas labaredas que infestam o meio da música pesada. Sua face é a face do medo no circo doente e caótico.

Seu sorriso é a afronta sarcástica e despojada, cínica e profana a todas as pessoas que insistem em tentar manipular mentes em troca de vida fácil. Sua língua lambe a bunda de todos falsos puritanos, falsos moralistas pedófilos e escrotos que lutam para que KISS signifique “Knights In Satan’s Service”. E quem dera significasse mesmo!

Um comentário:

Anônimo disse...

E, por acaso, alguém um dia negou isso? Sempre achei que todo mundo soubesse que os corpsers de hoje eram influenciados por Simmons.