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quinta-feira, 8 de julho de 2010

SANTA ILUSÃO, BATMAN!!!

Estava conversando outro dia com um conhecido, e ele é destas pessoas que vivem negando o “Holocausto”. Ele dizia que havia lido um livro lançado no Rio Grande do Sul em que negava-se todas as mortes das pessoas que ocorreram na Alemanha, Áustria, Polônia e demais países do eixo nazista, durante a segunda guerra mundial. Sempre fico indignado quando converso com estas pessoas, que ainda bem, são poucas com este tipo de pensamento. Acham que é tudo montagem, armação política pra desmoralizar a Alemanha. Ora, que ingenuidade! Perguntei ao conhecido quais os motivos para tais atos. Pra que desmoralizar a Alemanha? Os motivos pelos quais se iniciou a segunda guerra foram outros.
Negar os registros fotográficos, cinematográficos, os relatos de sobreviventes e descendentes dos mesmos é no mínimo falta de informação, falta de uma visão da realidade que envolve os anseios de quem detém o poder. Veja o exemplo de Nero que além de mandar incendiar Roma, ainda matou a própria mãe. Calígula nomeou seu cavalo senador.
O que me preocupa em pensamentos como das pessoas que tentam ignorar as atrocidades nazistas, é que estas pessoas são passíveis a pensamentos e atitudes que se não chegam a ter a proporção de um holocausto, mas se tornam conivência com atos xenófobos, homofóbicos, preconceituosos e violentos. Vemos exemplos em revistas, televisão, jornais, etc. de grupos que agem com total intolerância com diferenças entre as pessoas. lembra do moleque que perdeu o braço e outro que morreu jogados de um trem em movimento? Ora, será que eles não têm o direito de vestirem as camisas das bandas que gostam? Devemos mesmo viver sem poder demonstrar o que somos e o que gostamos, só, porque corremos o risco de não agradar a determinado grupo intolerante? Não posso mais andar com minha camiseta do KISS porque é uma banda norte americana e algum ignorante pode não gostar desta banda e vai me espancar?
Todos conhecem os skinheads; certo? Sabem que a simpatia deles para o pensamento nazista é a xenofobia, ou seja, a aversão a pessoas de outros estados e países. Os skins paulistas querem a expulsão de nordestinos de São Paulo. Como? Se foram nordestinos que levantaram a capital deste estado? Se foi o suor destas pessoas que fez de Sampa a potência que é hoje. Besteira! Estão errados. Tolos! Penso que se uma pessoa chega em minha cidade e se dá bem, é porque antes não havia quem ocupasse tão bem aquele oficio na sociedade local. O mesmo ocorreu com os nordestinos no inicio do século passado, eles vinham atras de empregos e serviços que os paulistas não queriam ou não eram em número suficiente. Agora querem que eles voltem pra seus estados, depois que estabeleceram laços em solo paulista. Quem são estas pessoas pra quererem algo assim? Não têm poder nenhum, além da truculência, grosseria, violência e estupidez.
Lembro de ver em uma revista de circulação nacional uns skinheads cearenses que defendia a não entrada de pessoas de outros estados no Ceará. Olha, se os skins paulistas são tapados, estes cearenses estão vivendo em outro planeta em suas mentes. O Ceará é um dos estados do Brasil onde mais se ganha com turismo. O que seria de suas praias sem a presença de turistas. O que seria de estados como o Ceará, Paraíba, Bahia, etc. se não fossem os milhares de Reais investidos ali por turistas? Que estupidez tremenda.
Falando de uma forma geral, posso mencionar o pensamento xenófobo em determinados países, onde se defende a expulsão e não entrada de estrangeiros. Vivemos em um planeta globalizado. Uma gripe em galinhas francesas e um monte de trabalhadores brasileiros são mandados embora de seus serviços em granjas e frigoríficos no Brasil. Os EUA entram em crise com o Irã por causa de uma ogivas nucleares no país oriental e a gasolina no Brasil sobe de preço. Uma banda brasileira pra ser reconhecida preciso fazer uma turnê em solo europeu. Muita gente prefere discos importados. Conheci um colecionados de material de bandas Hard Core, Crust e Punk do Japão.
E se nos fosse negado o conhecimento do que acontece em outros países? E se não pudermos mais assistir a um show especial realizado em outro país, como a gravação do KISS Alive IV – Symphony, na Austrália? E se bandas internacionais ficarem proibidas de se apresentarem em outros países assim acabando as turnês mundiais?
Vivemos em um mundo tecnológico. E qual a melhor tecnologia mundial? A japonesa. E quem não quer um produto japonês? Uma câmera digital, um computador, ou apenas a sua tecnologia.
Saibam, Hitler perdeu a grande oportunidade de sua vida. Pois hoje ele poderia ser um dos maiores lideres mundiais da história da humanidade, mas viajou na maionese, se achou o bom da boca, criou um monte de porcaria, matou meio mundo de inocente com as piores das justificativas e se tornou o inimigo número um da humanidade. Quem nega tudo isso, não vive neste planeta ou em plena consciência. Se os judeus dominavam o comércio da época era porque podiam, são um povo comerciante desde que se entende a humanidade moderna.
Defendo a liberdade que pudermos defender dentro de regimes governantes em que vivemos. Leis e regras são apenas para mim e você, os detentores de poder, as autoridades, e toda esta gente dança no congresso e urinam e nossas cabeças.
Defendo também que quem leu, me escreva, vamos conversar sobre estes e outros assuntos.

LUTA OU RECONHECIMENTO??

Esse é um assunto intrigante e que martela na rodas de bate-papo por todos os lugares em que vamos, que é o famigerado “Racismo”. Só que pretendo abordar uma visão um pouco diferente e que sempre me deixou pensativo e com os comentários de quem sempre está questionando os comportamentos humanos, justamente por ser humano.
Temos visto em programas de televisão e em revistas concursos da mais bela negra ou do mais belo negro. São concursos exclusivos a negros, ou seja, branco não participa, pode entrar pra assistir, fotografar e etc., mas concorrer nunca! Não seria esta uma maneira de segregação, de exclusão? Não seria uma confirmação de que nos concursos “normais” os negros não têm nenhuma chance? Porque não se candidatar e concorrer em concursos que elejam a pessoa mais bonita dentre todas as raças e cores? Afinal, somos todos uma humanidade só, somos todos designados, perante a biologia como homo sapiens!
Por outro lado, não posso deixar de esclarecer que acho todos estes concursos de beleza uma tremenda besteira, onde não se prova nada e só elege quem pagou a inscrição. E as tantas pessoas anônimas que conhecemos ou não que mexem com nossa libido? Tem tanta gente linda que não participa destes concursos e nem sobem nos palcos e passarelas destes concursos!
Já ouvi alguém me dizer que este tipo de atitude é o chamado “racismo de retorno”, que nada mais é que um troco dos negros para o racismo desprendido pelos brancos por toda a historia. Mas, espera aí, o que se fala tanto não é de igualdade, de que não há diferença de cor quando se fala em capacidade e reconhecimento? Como pode se querer igualdade se separando e evitando as pessoas que não são iguais a agente em algum detalhe que seja?
Falando em capacidade, me vem à memória esta onda de “vagas” nas universidades e concursos públicos. Todo mundo já viu este assunto nos jornais e revistas. Mais uma vez vejo estas vagas como uma comprovação da incapacidade destas pessoas que se dizem inferiorizadas pela sociedade. O problema é que quando se fala em sociedade se esquece de que quem fala também está inserido nesta mesma sociedade e por conseqüência compõe os valores que a geram.
Ora, pense comigo, se me sinto inferiorizado tenho mais é que provar minha capacidade, me desdobrar para conseguir me igualar aos que estão num nível acima que eu, não ficar gritando por benefícios que me favorecem e que me elevam ao nível em que os mais capacitados se encontram. Isso é só uma maneira de provar que se não for assim estas pessoas não alcançam lugares mais altos no convívio humano. Conheço tanta gente de cor que tem cargos elevados e que subiram por méritos, por merecerem estar onde estão e não por favorecimentos pela sua cor. Por outro lado vejo tanto branco parecer uma porta de tão burro e viver na mais repugnante situação em que uma pessoa pode viver, e que reflete claramente sua falta de qualquer intelecto, por menor que seja.
Designar vagas para negros, índios, etc., nada mais é que uma forma de demonstrar pena por estas pessoas, que, sem dúvida nenhuma, tem a mesma condição que os demais, a mesma capacidade para alcançar o que almejam, basta se interessarem, se dedicarem e mostrarem que podem.
Não sou de forma alguma racista, muito pelo contrário, sou conhecido por uma cara que luta e divulga o pensamento anti-racista, anti-nazi e estas escórias que poluem o convívio humano. Apenas acredito que só deve subir ao pódio aquele que realmente venceu e não o que foi colocado lá. O que adianta alguém entrar na faculdade por uma destas vagas e depois que estiver cursando não ter preparo suficiente para seguir o curso?
Voltando ao assunto dos concursos de beleza, das revistas exclusivas, dos sites e tudo mais referente apenas às pessoas de cor negra... já percebeu que quando aparece uma propaganda ao menos em que não tem pessoas negras logo alguém protesta que é discriminação, preconceito, racismo e etc.? Me pergunto porque que se pode haver revistas, programas, concursos só com pessoas negras e não é permitido o mesmo com pessoas brancas. Já pensou o “bá-fá-fá” que ia dar se fizessem um concurso de “O mais belo branco e a mais bela branca do Brasil”? Caraca! Ia ser tanto processo por racismo, segregação.....!!!!
Enfim, fico esperando pelo dia em que todas estas besteiras se findem, que não haja mais todas estas separações, que todos se vejam de igual pra igual, que todos concorram pela plena condição sem benefícios, que se prove o melhor, o mais bonito, ou o pior e mais feio, mas por merecer. Espero pelo dia em que haja o respeito pleno, que as pessoas evoluam na sua forma de pensar e percebam que todos precisamos de todos, que fazemos parte de um todo, de uma única e caótica sociedade, pois sem o respeito o caos e certo.

USURPAÇÃO DE CULTURAS

Quero levantar uma questão meio controversa e que nos acompanha no nosso dia a dia. Ou seja, a usurpação de nossa cultura, de nossa língua, nosso idioma e nossas culturas naturais. Falo da obrigação que temos em saber outros idiomas, como inglês, espanhol, etc. Por que isso? Será que as pessoas destes países, onde se fala estas línguas, se preocupam em falar e aprender português? Porque temos que saber falar inglês quando um americano vem ao Brasil e porque nós também temos que saber inglês quando viajamos para outros países?
Você sabia que quando se está na França, se você falar francês com sotaque de outros países, como um sotaque latino ou americanizado, tem até garçom que nem te atende, deixa você sozinho na mesa de um restaurante, café, etc.?
Em nosso comércio é cada vez mais comum nomes de lojas em inglês. Em muitos casos com regras completamente erradas, como no caso dos nomes com apóstrofo e esse. Tipo: “Sanduba”s”. Sendo um nome de lanchonete, leva-se a crer que a lanchonete é de propriedade de alguém chamado “Sanduba”, pois o “’s” é uma designação, em inglês, para posse. Como vemos em alguns filmes, na fachada de algum bar: “John’s Bar”, ou seja, “Bar do John”.
De qualquer forma, porque não colocar como em minha cidade que tem um “Bar do Mané”? Já pensou que ridículo e feio seria um tal de “Mané’s Bar”?
É notado uma cada vez maior assimilação de valores da cultura norte americana. Como os famigerados rodeios, cowboys, e toda esta cultura naturalmente americana e imposta por novelas, programas de TV de péssima qualidade, jabás nas rádios, etc. Quem não sabe que Latino, Kellie Key e esta febre inútil de Funk Fuleira do Rio de Janeiro, só fazem sucesso porque os empresários pagam para as rádios empurrarem ouvido à dentro estes lixos sonoros que estas mentes produzem?
Mas acho importante as pessoas não se prenderem como estão a coisas vindas de países como os EUA. Não sou nacionalista, nem acredito em ideais como nacionalismo, patriotismo, etc., mas temos nossa própria língua, nossos próprios valores, folclore, e tudo mais. Veja as festas de halloweenn... Isso é festa nos Estados Unidos. Veja se eles se preocupam em festejar São João, carnaval e estas coisas. O que vemos são brasileiros que vão pagar pau nos outros países, com a desculpa de estarem procurando melhores empregos e condições de vida, que ficam tentando levar a nossa cultura pra lá e o máximo que conseguem são atenção nos jornais daqui mesmo, ou matérias em alguns jornais de lá, como figuras exóticas que invadiram os lugares de lá e tiraram a normalidade do lugar.
Todos sabem de como os brasileiros estão sendo tratados nos Estados Unidos, como possíveis terroristas em potencial. Isso é ridículo!!! Tratamos os americanos a pão-de-ló e o que levamos de troco é isso?
Atualmente ninguém joga um jogo ou é jogador. Atualmente se joga um game e quem joga é gamer. Ninguém anda de bicicleta e é ciclista, anda-se de bike e é biker. Não se joga futebol de salão, é futsal.
Isso não é papo de velho ranzinza, não. Não é papo de falso moralista. Minha banda até tem o nome de StomachalCorrosion, e temos letras em inglês. Mas falo de coisas que não há necessidade de se implantar outra língua, sendo que o próprio português fica muito bem. Tem gente que não sabe nem falar português direito e vai se meter a falar e escrever inglês.
Não podemos nos esquecer que desde a Segunda guerra mundial que os EUA vêem em uma busca desenfreada para dominação do planeta. Notem o que fizeram no Iraque. Se estava ruim com a ditadura de Saddan Husain, o que dirá agora que quando morre pouco por dia morrem trinta pessoas. E alguém aí acredita que o senhor Bush vai conseguir parar os ataques suicidas, os carros-bomba, os homens e mulheres-bomba, os terroristas, e tudo isso? Se acredita, pode pedir seu presente pro Papai Noel e esperar o Coelhinho da Páscoa.
Bem, gostaria que ao menos eu tenha conseguido fazer com que você abra os olhos pra toda cultura de usurpação de culturas que nos é imposta no dia a dia e que muita gente nem percebe.

POBRE, MAS LIMPINHO!

Tenho acompanhado diretamente a história do Underground nacional e até parte do internacional. Vejo diferenças fortes no contexto geral deste meio de vida, musical e ideológico. Isso através de correspondência, Internet, conversando com amigos de bandas que já tocaram pela Europa e em países de outros continentes. Assim formando em mim vários pensamentos comparativos entre um cenário e outro.
Ser e estar no Underground para algumas pessoas soa como sujo, podrão, mal feito, e feito na cara e na coragem, no peito e na raça. Quanto a esta garra para fazer os eventos e demais articulações, nada mais louvável. Tem que ter “sangue nuzóio” mesmo pra encarar tantas dificuldades, como falta de apoio, compreensão e investimentos para uma cena praticamente inexistente aos olhos de quem “está por cima”, assim por dizer.
Porém sempre defendi que para se conseguir algo, temos que ter credibilidade, mostrar profissionalismo e seriedade. Nada de molecagem, de grupinhos para procurar patrocínios no comércio de sua cidade.
Quando falo em patrocínios com pessoas que agilizam eventos, todos dizem que é difícil, outros até que é impossível conseguir algum apoio na cidade onde moram, pois todo mundo só vê o meio Underground como um monte de maloqueiros desocupados e fedorentos. Mas será que não é esta a imagem que estamos passando para as outras pessoas? Devemos nos perguntar sobre isso!
Não é necessário se travestir para conseguir as coisas. Eu mesmo organizei alguns eventos na cidade de Cambuí, sul de Minas Gerais, e fui procurar patrocínios e apoios usando minhas camisetas de bandas mesmo. Mas sempre tive a preocupação em me mostrar um cara responsável, que estou lutando para trazer algo interessante para a cidade e sua juventude sem opções de diversão. E sempre consegui, mesmo numa cidade onde a cultura de não querer o Rock nas suas ruas e casas.
O cenário Underground no Brasil não está preparado para andar com os próprios pés porque nem as pessoas que o compõem tomaram consciência de onde estão e que sua ajuda e apoio são essenciais para que os eventos continuem acontecendo.
Veja na Europa. Conversando com amigos de várias bandas que por lá tocaram, vi que a realidade de lá é completamente diferente. Há o interesse por parte de todos para que os locais, ditos “picos”, continuem desenvolvendo suas atividades e sem a necessidade de buscarem incentivos alheios. Ou seja, as pessoas que vão aos shows, mostras, e afins fazem questão de pagar o ingresso para que este dinheiro entre nos caixas da casa para que novos eventos se desenvolvam frequentemente. É o pensamento de que sem este lugar, eu não tenho pra onde ir. Aqui é legal, porque vou querer que isso acabe? Então vou apoiar.
Nos vídeos gravados às vezes em pubs podrões, para um público estimado de umas 100 a 200 pessoas, podemos ver a estrutura bem superior à encontrada em muitos eventos até de nível médio em nosso país. É normal vermos bandas sem nenhuma expressão tocar com instrumentos de grandes marcas, como Jackson, BC Rich, Gibson, Pearl, Tama, Yamaha. As caixas amplificadas quase sempre são Marshal. E como conseguem isso? Com o apoio mútuo, comprometimento com suas causas. Tudo bem que o nível de vida lá é bem superior ao nosso. Os instrumentos são relativamente mais baratos, as coisas são aparentemente mais fáceis economicamente falando. Mas se não tiver interesse de nada vale isso tudo. Pois se pode ganhar mais e beber mais, se drogar mais, gastar mais dinheiros com bobagens inúteis!
Quantas vezes vi pessoas esbravejarem que um fulano quer ficar rico usando o nome do Underground. E estas mesmas pessoas não tomavam a iniciativa em pagar os ingressos dos shows, ficam nas portas das casas tomando pinga e fumando maconha. Enfim, preferem dar dinheiro às fábricas de cachaça e aos traficantes do que ajudar um pouquinho um evento feito com tanta raça, coragem e sangue nuzóio.
Tem que buscar apoios sim. Patrocínios. Levar pastas com materiais das bandas que se deseja trazer para o evento. Mostrar maturidade e comprometimento. Enquanto não houver uma cena propriamente dita, com um fluxo de dinheiro interno circulando, não há como continuar fazendo acontecer.