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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Momento de Transição

Quando as cenas de pessoas mascaradas jogando pedras nos carros de polícia e gritando palavras de ordem aconteciam apenas em outros países, a imprensa brasileira, acostumada a domesticar o povo com seus programinhas engraçadinhos e novelinhas repetitivas noticiava de maneira que o povo daquele país clamava por mudanças tanto na classe política quanto num contexto geral, queriam melhoras. Quando tudo isso ocorria em outros países era tudo romântico e o povo acomodado aplaudia, "É ISSO MESMO! TEM QUE QUEBRAR TUDO LÁ MESMO!".
Mas quando estas cenas começaram a chegar por aqui, a difusão é que são todos baderneiros, arruaceiros e isso tudo!
Não seria o medo do que pode estar por vir?
Que há infiltrados, há! Ou será que em um show do Motorhead só vão fãs fieis da banda? Para citar apenas um exemplo simplista.
Está tudo uma bagunça generalizada. É um processo, uma etapa que precisava chegar para que algo mude.
Quando morrem pessoas em protestos no exterior, há até bandas que colocam fotos destes como mártires, exemplos e tudo mais em capas de seus lançamentos!


Se aqui no Brasil uma pessoa fica na frente de uma fila de tanques, como aquele chinês, uns vão falar que é um vagabundo, outros vão dizer que está errado, outros vão mandar os tanques passarem por cima e ainda tem aqueles que vão defender a tal da pátria e dizer que aquele suposto cidadão está manchando a honra da nação!


O Governo mais uma vez conseguiu criar uma maneira de se safar, através de seus arautos, que tanto dependem de suas concessões, que é a imprensa tendenciosa brasileira. Arrumaram um bode expiatório para jogar a culpa de seu descaso, omissão, corrupção, caixas dois, falcatruas aos montes, desvios de verbas aos milhões, jogadas de interesses que se repetem há anos, num mesmo grupo que só manipulam as caras, modificando apenas as máscaras. Hoje tudo é culpa dos Black Block. Tem gente que nem sabe o que é isso, e fala logo que " preço da cebola aumentou por causa destes mascarados aí!".


Não adianta um defender um partido, outro defender a propriedade, outro a moeda nacional, e até a instituição em que trabalha. Cada um defende o que lhe convém, não tiro seu direito. Mas no cerne da questão, no final de tudo, no nosso verdadeiro âmago, estamos todos fartos de sermos todos roubados, enganados, passados para trás. E sei que mesmo os que ironizam e criticam as passeatas, as quebradeiras e até as mortes (infelizmente), torcem para que algo mude, algo seja feito. Os que tem coragem vão à luta. Os que tem medo, se escondem como podem! Mas, todos queremos mudanças e melhorias, e sabemos, TODOS(AS) que a paciência está acabando. O pacifismo está perdendo peso!
Quando cessam os argumentos, surge o terror! Triste, mas real!

Texto de Charlie Curcio .
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É triste que pessoas morram em manifestações, realmente muito triste. E infelizmente ver a midia e pessoas usando uma morte para impor um pensamento é ainda mais triste pois demonstra que nem a dor das pessoas é respeitada. Usa-se qualquer coisa que se tenha em mãos.
A mídia e o poder não medem esforços para defender seu objetivos e o próprio poder. Mentem, brincam com sentimentos, criam novas estorias...
Mas também não podemos esquecer as pessoas mortas todos os dias pela policia militar nas ruas de Sao Paulo, policia esta que é muito bem preparada, preparada sim, para abusar de poder, espancar pessoas pobres, minorias, roubar bancos, roubar pessoas, assassinar negros pobres....
E sinceramente esta não eh a primeira pessoa que morre no meio de uma manifestação....

A mídia pode tentar enganar as pessoas mas não temos memoria tao ruim assim...

Você aí que está pensando ou dizendo que o primeiro morto nas manifestações foi o cinegrafista Santiago Ilídio Andrade: você é muito mal informado.
Antes morreram, pelo menos:


1. a gari Cleonice Vieira de Moraes, em Belém (PA), vítima do gás lacrimogêneo lançado pela polícia militar;

2. 13 mortos na favela Nova Holanda, no Complexo da Maré (RJ) - neste caso, a imprensa sequer se deu ao trabalho de informar todos os nomes;

 3. o estudante Marcos Delefrate, de 18 anos, em Ribeirão Preto (SP), atropelado por um carro que furou um bloqueio de manifestantes;

 4. Valdinete Rodrigues Pereira e Maria Aparecida, atropeladas em protesto na BR-251, no distrito de Campos Lindos, em Cristalina (GO);

5. Douglas Henrique de Oliveira, de 21 anos, que caiu do viaduto José Alencar, em Belo Horizonte (MG), por ter sido acuado pela polícia militar. Luiz Felipe Aniceto, que saiu do mesmo viaduto, ficou um mês em coma e também acabou morrendo. No mesmo dia, depois de um toque de recolher ilegal, o morador de rua Luiz Estrela foi espancado até a morte.


6. o marceneiro Igor Oliveira da Silva, de 16 anos, atropelado por um caminhão que fugia de uma manifestação, numa ciclovia próxima à Rodovia Cônego Domênico Rangoni, na altura de Guarujá (SP);
7. Paulo Patrick, de 14 anos, atropelado por um táxi durante manifestação em Teresina (PI);

 8. Fernando da Silva Cândido, ator, por inalação de gás lançado pela polícia, no Rio de Janeiro.

9. o senhor que foi atropelado por um ônibus, ao tentar fugir da polícia, na mesma manifestação em que o cinegrafista Santiago foi atingido - sobre esta outra vítima, nenhuma linha na imprensa. Chamava-se Tasman Amaral Accioly e era vendedor ambulante.

Por Josimas Ramos.

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