Entrevista exclusiva com a banda mineira Certo Porcos!, através de seu guitarrista e vocalista Rodrigo. Com um grande histórico na cena do Metal de Minas Gerais e até mundial, Rodrigo nos conta detalhes de seu novo trabalho, e revela em primeira mão o próximo lançamento, um split 10" com a belga Agathocles.
1 – Quando surgiu a Certo Porcos!?
Rodrigo - Na
verdade somos amigos de longa data e nos conhecemos desde a
infância/adolescência... os caras já tocavam juntos há tempos e
quando foi em 2009 comecei a tocar guitarra com eles, primeiramente
só covers de Olho Seco, Ratos de Porão, Discharge, Spermbirds,
depois começamos a compor também. Era como uma pelada de fim de
semana, nos reuníamos pra tocar e beber, então a banda foi tomando
forma e em 2011 começamos a tocar ao vivo e a gravar. A brincadeira
ficou séria e desde então estamos aí tocando e produzindo música
barulhenta.
2
– Porque este nome?
Rodrigo - Tentamos
alguns nomes como AK-47 e Necrochorume mas já haviam bandas
homônimas então colocamos Certo Porcos que é uma expressão que
falamos entre nós, não tem significado específico e com certeza
não tem ninguém com essa porra de nome!!!
3
– Os membros da Certo Porcos! tocam ou tocaram em outras bandas e
quais?
Rodrigo - Minha
trajetória começou em 84 com o Holocausto, primeiro como vocalista
na demo Massacre em 85, na coletânea Warfare Noise em 86 e no LP
Campo de Extermínio em 87, depois como baterista nos discos
seguintes: Blocked Minds 88, Negatives 91 e Tozago as Deismno em 94.
Em 95 encerramos as atividades e entre 96 e 2006 toquei no pexbaA,
uma banda de antimúsica onde gravei 3 albuns, pexbaA I, pexbaA II e
rique te pexbaA kita moo. Em 2006 remontei o Holocausto, gravei o
álbum De Volta ao Front como baterista e vocalista. Então em 2009 o
Holocausto parou novamente. Nessa época entrei para o Impurity onde
participei da regravação da demo de 89, The Impurity Temple em
2010, o álbum Bonfim Moritvri Mortivis em 2011 e o split In the
Blood em 2012. Em 2009 comecei a tocar guitarra com o Certo Porcos e
gravamos uma demo em 2011, a coletânea BH Chaos em 2013 e o
full-lenght (Ódio)666 em 2014. Tenho outro projeto de Raw Black
Metal, com um amigo de Berlim chamado GGUW - Gegen Gravitation und
Willensfreiheit (Contra a Gravidade e o Livre Arbítrio) lançamos um
ep em 2011. Também participo como suporte bass nos shows do Bode
Preto do Piauí. O
Psycho Zé chegou a tocar ao vivo com o Impurity e o Lélio Metralha
tocou com o Sepulchral Voice na década de 90 e está remontando a
banda no momento.
4
– Como foram as gravações do CD “Ódio 666”? Onde gravaram o
mesmo?
Rodrigo - Gravamos
no estúdio Engenho em BH, do Andrevil “Cabelo”, guitarrista do
Chakal e foi muito bom o trabalho com ele, pois o Cabelo além de ser
um ótimo engenheiro de som, sabe muito bem como captar e tirar o som
que voce deseja... isso é primordial quando o tempo é escasso, além
do estúdio nos dar todo suporte necessário pra nos expressarmos da
melhor maneira possível. Ficou foda a gravação, estamos muito
satisfeitos com o resultado final.
5
– Fale-nos sobre o contrato com a Cogumelo Records.
Rodrigo - Trabalho
com a Cogumelo há quase 30 anos e foi bem tranquilo o contrato com a
gravadora. Tínhamos a possibilidade de lançar o cd em conjunto com
outras gravadoras/distros ou totalmente independente mas achamos que
através da Cogumelo, pela sua relevância e importância seria ótimo
pra banda e tem sido muito boa a parceria até aqui.
6
– Como está a repercussão do CD e sua distribuição no Brasil e
mundo?
Rodrigo - Ainda
é cedo pra falar, mas o feedback que estamos tendo até o momento é
o melhor possível. Sabemos das dificuldades do mercado, mas não
temos a preocupação com a urgência. Vamos seguindo como bons
mineiros, comendo pelas beiradas...
7
– Como está a agenda de shows da banda? Tem planos de saírem em
viagem pelo Brasil e até pelo mundo afora?
Rodrigo - Há
uma dificuldade em tocar em BH, pois o circuito é pequeno e a
maioria das casas de shows só abrem pra bandas cover, mas temos
alguns shows programados na cidade. Esperamos conseguir tocar em
outros lugares também divulgando nosso disco.
8
– Estão em trabalho para mais algum lançamento ou ainda estão na
“ressaca” de Ódio 666?
Rodrigo - Novas
composições estão sendo feitas, sou um cara atormentado, sonho com
música e tenho que produzir pra poder continuar respirando...
estamos trabalhando no momento na produção de um Split com o
Agathocles para o segundo semestre desse ano... vai ser brutal!!!
9
– Qual o estilo que assumem e suas influências pessoais dentro da
banda?
Rodrigo - Não
nos prendemos a rótulos e estilos mas gostamos de vários tipos de
música como rock, metal, punk, hardcore, crust, grind, além de
música clássica e de vanguarda.
10
– Como você encara o cenário atual da música pesada em
comparação com o de alguns anos atrás?
Rodrigo - Venho
de um tempo onde não havia tanta fragmentação de estilos e
consequentemente de público como hoje, vivemos numa ditadura da
música pesada onde pastores vendem uma ideia de verdade absoluta e
de fundamentalismo musical. Às vezes pode ser encarada como cena
mesmo, teatral... muita pompa e pouca atitude. Na verdade estamos
pouco nos fodendo pra esses tipos.
11-
Como a Certos Porcos! se situa neste atual quadro? Notam algum tipo
de dificuldades e também benefícios?
Rodrigo - É
muito difícil por um lado justamente por essa fragmentação e
radicalismo mas por outro lado as novas ferramentas possibilitam
facilidade de produzir e propagar nossas músicas.
12
– Deixe uma última declaração, por favor!
Rodrigo - A
mente é a maior das prisões. Então num mundo onde já nascemos
escravos é muito importante não nos deixarmos acorrentar por
preconceitos e falsas verdades!!!
Vida
longa e liberdade!!!
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