Pages

domingo, 19 de março de 2017

Entrevista The Evil


"66,6% originais...."

1 – A The Evil é uma banda nova, pelo que sabemos e acompanhamos. Quando iniciou sua existência?
Miss Aileen: 7/9/12, foi o primeiro ensaio e quando surgiu a música Silver Razor. A letra e melodia foram compostas pelo Iossif e na época éramos só nós 2. Nos conhecemos num evento de Metal, viramos a noite bebendo e, pela insistência de uma amiga, cantei um trecho de N.I.B. do Black Sabbath. O Iossif disse: cara, você é a vocalista do meu projeto. E foi mais ou menos assim que o The Evil nasceu em abril de 2012, mas a data precisa eu não me lembro.
Iossif: Sempre gostei de bandas com muito peso e com voz feminina. Acho o contraste de uma afinação baixa e com muito grave em cima de uma voz limpa e bem com melodias macabras uma junção perfeita para o DOOM. Assim estava a procura de uma mulher que tivesse atitude e competência para assumir essa missão.... Não queria uma deslumbrada que se preocupasse mais em  rebolar e fazer pose do que em CANTAR. Aí o mal conspirou para que eu encontrasse a Aileen que além de ter as qualidades que eu queria em uma vocalista para uma banda soturna como o THE EVIL ainda é uma figura única....

2 – Sua temática musical é bem simplista, o que notamos é refletida até nome da banda. Este detalhe é algo intencional ou ocorreu naturalmente?
Miss Aileen: O que seria simplista pra você? A imagem? Porque só nela há esse “simplismo”. Na verdade há muito nas entrelinhas. Contamos várias histórias, de assassinatos e assassinos, de maldade, perversão, psicopatia, envoltos em situações obscuras. Somos inspirados pelo “mal” que há no ser humano e é dele que retiramos nossas letras. Isso é algo natural.
Iossif: Simplista de cú é rola..... ..... Cara, não confunda, a proposta do THE EVIL não é simplista, é MINIMALISTA E OBJETIVA: SER A BANDA MAIS PESAAAAADDDAAAAAAA DO BRASIL.....   A realidade que vivemos é CRUA e RUDE. O mundo está apodrecendo na nossa cara. Principalmente no Brasil, o mal está espalhado e arraigado em todos os lugares e cantos da sociedade.... Na política, na religião, nas relações interpessoais,.... tudo está contaminado..... Não dá pra ficar cantando ou escrevendo músicas sobre fadas, duendes, flores e viagens astrais quando você tem que trancar a porta da sua casa com 3 cadeados para um filho da puta não arrombar e estuprar a sua família....  A realidade é brutal e não é nada “simples”.... e ela é principal inspiradora  da temática do THE EVIL.
(Nota: O "Simplista" é no sentido de ser um som cru, direto, sem firulas e frescurinhas) 

3 – Imagino que os membros da The Evil devam ter históricos com outras bandas. Sem citar nomes, uma vez que a discrição com seus reais nomes é algo claro, você pode nos falar sobre esta possível peculiaridade de cada um? Ou todos estão debutando em bandas?
Miss Aileen: Prefiro deixar no imaginário assim como nossas identidades. Somos personagens, criaturas que habitam as profundezas....
Iossif: Todos já bem calejados pela estrada e com ZERO romantismo com o “business” do Metal! O passado está morto e apodrecendo.....


4 – Há atualmente uma corrente bem contundente do retorno do Doom Metal com fortes influências de Black Sabbath. Vocês se encaixam neste cenário ou pensam que surgem com algo relativamente novo?
Iossif: Cara, o DOOM METAL nunca foi..... por isso não tem como retornar..... 
Ele sempre esteve presente no underground, que é onde ele pertence. Acho que Doom Metal não é música pra qualquer um.... assim como o Metal Extremo com bandas ultra rápidas como Flesh God Apocalyse e Nile que tem seu público fiel mas que nunca vão ser Mainstream. Eu creio que o DOOM METAL, principalmente do tipo que bandas como SLEEP, ELECTRIC WIZARD, ABYSMAL GRIEF, TONER LOW e o próprio  THE EVIL toca também é um tipo extremo de música: PESO EXTREMO!!! E tudo que é extremo não é mainstream por definição....
Mas sim, existem algumas bandas atuais que tem feito uma espécie de revival dos anos 70... algumas muito boas inclusive como o PURSON e o WITCHCRAFT que são mais comerciais mas com boa musicalidade.... Tem muito lixo sendo feito nessa onda também que em breve vão desaparecer nas areias do tempo....
Quanto à influência do SABBATH.... bem, se algo é METAL é filho do SABBATH!!!
O THE EVIL tem suas influências e/ou inspirações mas não é clone de ninguém.... Hoje em dia não existe a mínima chance de algo ser 100% original na música..... Nos contentamos se conseguirmos ser 66,6% originais....
Acho que estamos no caminho certo para isso pois temos percebido que nossos sons, principalmente os novos, tem uma espécie de DNA maligno que indica que é uma música nossa. Creio que estamos rapidamente definindo nossa identidade musical e visual. Quem ver os nossos shows e ouvir o primeiro CD eu acho que vai perceber isso....
Miss Aileen: Black Sabbath é nossa principal inspiração e não há como negar a influência. Mas, não querendo ser pretensiosa, estamos buscando criar algo novo.






5 – O cenário de Belo Horizonte sempre foi algo muito próprio no contexto nacional e até mundial, uma vez que várias pessoas comentam dos fatos por aqui ocorridos, sendo assim, você vê que as coisas no Underground por aqui conseguem caminhar de maneira independente com suas casas de eventos, as bandas lançando seus materiais e praticamente estes títulos esgotando com vendas e negociações em BH mesmo? Parafraseando... O que ocorre em BH, fica em BH?
Miss Aileen: Há bandas de BH que já estouraram pelo mundo todo. Não creio que o que é feito em BH vá ficar só em BH. Isso é algo bastante relativo, especialmente se falando em “cenário”, “underground”, “eventos”.
Iossif: A cena de BH já foi bem mais inflamada..... hoje em dia BH não é mais a capital do metal no Brasil como já foi.... mas acho que ainda existem muitas bandas fodas em BH, algumas novas como o PESTA e outras antigas meio Morto-Vivas como o SEX TRASH e o HOLOCAUSTO mas que ainda são muito boas de se ver....
Mas todo mundo sabe que essa geração atual é a geração download e youtube.... não tiram a bunda da cadeira do computador facilmente pra ir viver a vida real em um show de verdade.... Além disso, hoje em dia rolam 500 shows por mês e a grana da galera é escassa..... Por isso tentamos fazer um show bom e diferente pra ver justificar fazer valer a pena pra moçada que  comparece........
Também concordo com a Aileen.... o que rola em BH, se for bom, não fica só por aqui.... pelo contrário. Bandas inovadoras, boas e com algo a dizer podem surgir lá em Conceição do Mato Dentro que vão acabar sendo descobertas e ganhar o mundo....

6 – Como você vê a The Evil no atual cenário da música pesada em BH? Há um meio em comum para bandas e fãs?
Miss Aileen: The Evil é expressão da arte pela arte. Estamos na margem desse tal “cenário da música pesada”, apesar de fazer um som pesado, denso, com letras parafraseadas, porém bastante indigestas. Não somos melhores do que ninguém, mas pode ter certeza que muita gente deve estar nos julgando e apontando e fazer parte de um meio assim não é minha intenção e creio que não seja a dos outros membros também. Só somos a The Evil, só isso mesmo.
Iossif: Aileen já disse o que penso.

7 – Vocês lançaram recentemente um EP que teve até pouca divulgação em vista do que algumas bandas chegam a fazer às vezes até com a gravação de uma única música. Pode falar o porquê desta reserva quanto ao EP?
Miss Aileen: Não chegamos a lançar o EP. Nos preparamos pra isso, mas, resolvemos que queríamos fazer mais músicas.
Iossif: Não teve divulgação pois ainda não foi lançado..... hah hah ah hah..... Na verdade não será um EP, mas um CD full.... estamos concluindo as gravações....
Aqueles sons que você ouviu eram apenas um advance do apocalipse que virá em breve.....




8 – Estamos em março de 2017, como estão os planos para a gravação de um lançamento maior, como CD cheio ou até vinil?
Miss Aileen: Vamos com calma.
Iossif: Como eu disse o CD cheio sairá em breve.... estamos conversando com algumas gravadoras, todavia se tivermos que fazer concessão quanto à nossa proposta ou mesmo se acharem que podem tirar o nosso couro vamos produzir nós mesmos de forma independentemente.  Já lançamento em vinil vai depender das respostas de gravadoras gringas que estão em contato com a gente..... Fabricar vinil aqui no Brasil é caro demais e inviável.

9 – Sobre as letras, sobre que versam?
Miss Aileen: O mal que vive dentro do ser humano. O quanto o ser humano pode ser cruel e maligno, destruir, usurpar, matar, dentre diversas outras atrocidades e ter a capacidade de jogar a culpa no demônio ou outros seres sobrenaturais. O universo ocultista também faz parte da temática, com seres inimagináveis e outros que estão presentes nos tabus filosófico-religiosos.

10 – Já iniciaram as apresentações ao vivo, ou as recentes gravações tiveram prioridade para a The Evil? Há planos para turnê e tudo mais?
Miss Aileen: Fizemos apenas 2 apresentações em 2017. Por hora não fazemos qualquer plano, mas estamos abertos a convites.
Iossif: No momento concluir as gravações do CD é a prioridade. Mas se rolar shows, ótimo.


11 – Há material de divulgação, como camisetas e afins? Como adquirir?
Miss Aileen: Em breve teremos e basta entrar em contato com o perfil do Facebook da banda onde nós 4 temos acesso.
Iossif: Acessem esse Facebook aqui e fiquem sabendo do que está rolando com o THE EVIL: 

12 – A The Evil tem em sua apresentação a teatralidade, este pode ser um crescente com o passar do tempo, ou vão se prender ao o que já levam aos shows?
Iossif: Sim, é verdade. Somos todos fans dos mestres Alice Cooper e outros precursores desse  gênero de show em que o sujeito não sobe no palco com a mesma camisa engordurada do churrasco da tarde e vai tocar....... Creio que um show deve sempre ser uma experiência SONORA E VISUAL. Porém esse tipo de show é caro.... Mas conforme as coisas caminharem, O INFERNO É O LIMITE...
Miss Aileen: A teatralidade vai continuar presente no The Evil, pois é nela que podemos expressar um pouco mais de arte no palco.

13 – Agradeço o interesse e a responsa de fazer a primeira entrevista da The Evil. Caso tenham mais algo a comentar... fique à vontade, não se prenda!
Miss Aileen: Agradeço a oportunidade.
Tivemos muitas idas e vindas. Acabamos com o The Evil por diversas vezes, rolou uma rotatividade enorme de integrantes até chegar na formação atual. É difícil acreditar que conseguimos gravar e fazer shows, porque a banda realmente acabou várias vezes. Mas depois de quase 5 anos de idas e vindas, está aí nosso som. Agradeço especialmente ao Black Sabbath, ao mal presente na “entidade” ser humano e às “forças” que nos ajudaram a chegar até aqui.
Stay Doom! /,,/

Iossif: Nada mais a declarar.

"O INFERNO É O LIMITE..."